A semente do amor se acaba.

E aos poucos tudo se vai.

Os olhos cerram a visão da esperança.

Não que a esperança morra.

Porém, ela simplesmente desaparece.

No infinito mar das angustias cotidianas.

A solidez do sonho desmorona.

E em volta apenas a ilusão de um passado.

Também inexistente na nossa memória.

A luz do horizonte que brilhava

Apagou-se.

 Então percebi que como tudo

havia se distanciado de mim,

era assim o nosso amor.

Algo forte que toca, mexe, cresce, morre

e fica sempre presente.

Porém também amei como as marés,

ora mansa,  ora bravia.

E na fúria deste amor.

Tinha por testemunhas,

a imensidão do amor,

que superava a esperança.

Na areia deserta dos seus sentimentos.

Refugiei-me de todos.

Até de mim mesma.

E percebi que tudo foi tão passageiro.

Como uma onda.

Neuly LaCaze

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