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O campeão do mundo que escolheu Bandeirantes para viver

De Sordi: O sacrifício que valeu um título - Há quatorze anos, Nilton de Sordi deixou o futebol para cuidar da família e de sua fazenda. Desencantou-se com o esporte. As viagens, a pressão, os desdobramentos dentro e fora dos gramados: a rotina já lhe cansara a vista. Sentiu que era hora de parar. Quando se mudou para Bandeirantes, norte do Paraná, onde encerrou a carreira como jogador, o ex-lateral-direito logo passou a investir em uma nova empreitada, desta vez como treinador e supervisor da equipe local, o União Bandeirante. “Essa vida enjoa muito, cansa. O futebol ainda é uma profissão muito ingrata, em especial quando se trabalha como técnico. A pressão é grande. Se perder mais de duas partidas, está em crise no clube, não tem paz. Logo está na rua”, analisa o ex-jogador. “Vim para o Paraná porque tinha uma terrinha na região e não voltei mais para São Paulo. Quase não tenho contato com o pessoal de lá. Mas aqui estou tranqüilo. Foi aqui que meus filhos se criaram, cresceram, estudaram e se formaram”, conta. Hoje reside em Bandeirantes, onde seu filho (Nilton De Sordi Jr., o Juba) foi prefeito municipal. Paulista de Piracicaba, teve uma passagem vitoriosa pelo XV de Piracicaba, quando fez parte do grupo que, pela primeira vez, levou uma equipe do interior à primeira divisão estadual, em 1949. “O futebol do interior paulista era muito forte. É uma pena hoje em dia ver equipes como o XV, o Mogi Mirim, entre outras, como estão. Quase não existem”, analisa. Seu lamento sobre a mudança no cenário do futebol brasileiro tem lógica.

De Sordi foi um lateral direito que tinha na regularidade a sua maior característica. Desde que chegou ao São Paulo, no dia 1º de janeiro de 1952, aos 18 anos, até o fim. Encerrou a carreira como jogador no dia 16 de julho de 1965 no time do Morumbi. Sempre com o mesmo vigor, mantendo as virtudes. Com uma noção de cobertura sem igual, é lembrado até hoje pelo impulso quando subia para cabecear a bola, a fim de afast á -la da área de defesa. Mesmo baixo, poucas vezes os adversários levavam a melhor em jogada aérea. Por isso, não tinha dificuldade alguma em manter as boas atuações quando escalado para atuar como zagueiro-central. Como era conhecido pelos companheiros de time e torcida como um atleta que não decepcionava em campo, seja em treino coletivo, seja em final de campeonato, De Sordi irrita-se ainda quando escuta que “tremeu” na grande final da Copa de 1958. Na ocasião, ocupara com êxito sua função na equipe que conquistaria o primeiro título mundial na história de seu país. Mas uma lesão muscular sofrida nas semifinais, contra a França, havia lhe tirado o sossego. Atônito, na véspera do jogo contra a Suécia (quando o Brasil venceria os adversários por 5 a 2), decidiu: não entraria em campo. “Foi uma decisão acertada. Na época, não se podia fazer alterações no meio do jogo. Se eu não conseguisse atuar nos 90 minutos, o time ficava com um a menos em campo. Para não prejudicar a equipe, resolvi não entrar e dar meu lugar ao Djalma Santos”, conta o ex-lateral. A história sobre a ausência de De Sordi naquela partida deu margem à criação de lendas que adentraram sem dificuldade nos anais da história do futebol brasileiro. O mistério sobre a sua saída daquele time, no momento alto do esporte nacional, permitiu que as más línguas dissessem que ele não atuara devido a outra anomalia que lhe impregnara o corpo às vésperas da decisão: o medo. “Isso é uma maldade. É bom ter a chance de esclarecer isso tanto tempo depois, porque muita gente falou coisas absurdas, que logo viraram lendas. Mas a verdade é que eu não entrei em campo simplesmente porque não estava bem fisicamente e não quis prejudicar a minha equipe”, explica. “O desfalque na final acabou marcando minha carreira, mas fiz questão de relevar. Afinal, quem me conhecia, sabia que eu não era assim. Nunca tremi, estava acostumado a jogar finais de campeonato”, justifica. “Mas cumprimos nossa missão, isso eu tenho certeza”, comemora ainda, passados 45 anos da conquista, o campeão do mundo. “Até hoje recebo cartas de parabéns de vários países. Dias destes, eu recebi uma da Alemanha.

Muitos ainda me param para pedir autógrafos, isto é muito bom”, diz o ex-jogador, que se lembra ainda da festa preparada para recebê-lo em Piracicaba, após a conquista de 1958. “Imagine: alguém do interior vencer em São Paulo e depois em um campeonato mundial. Isto era inimaginável. Fizeram uma festa belíssima para mim e para o Mazzola, que também era de Piracicaba, quando voltamos ao Brasil”, relembra, com orgulho. Naquele dia, a sorte estava mesmo ao lado de De Sordi . Em seu lugar não entraria qualquer jogador. Djalma Santos pisou em campo, deu conta do recado e ainda levou as glórias do título de campeão do mundo. Não fosse o destino deixar ao Brasil a b ênção de ter dois grandes atletas para cada posição, a História talvez hoje fosse outra. Num momento do esporte considerado um divisor de águas, nada barrara o destino de um país que desde 1950 tinha o grito de campeão, já amadurecido, entalado na garganta. “Bem diferente do que aconteceu em 1998”, lembra De Sordi. “O Ronaldo não estava bem, foi a campo e deu no que deu”. Quarto atleta que mais vestiu a camisa do São Paulo (501 partidas), De Sordi conquistou o título do Paulista dos anos de 1953 e 1957. Com o nome assegurado na galeria dos grandes ídolos do Tricolor paulista.

Nome: Nílton de Sordi
Apelido: De Sordi
Nascimento: 14/02/31 em Piracicaba, SP
Jogos disputados pelo SPFC: 501
Data de entrada no clube: 01/01/52 (deixou o clube em 16/07/65)
Títulos conquistados: campeão paulista com o São Paulo em 1953 e 1957 e campeão do mundo em 1958 com a seleção brasileira.
Outros clubes que atuou: XV de Piracicaba. Integrou o Brasil campeão mundial de 58. Trabalhou como jogador, treinador e supervisor do União Bandeirante-PR de 1964 a 1992.
Características: Defensor da velha guarda, quase não passava do meio-de-campo. Fazia uma cobertura de seus companheiros impecável. Mesmo baixo, tinha boa impulsão e quase nunca perdia uma disputa de bola aérea. Chegou a atuar como zagueiro-central.
Curiosidades: De Sordi é o quarto jogador que mais vestiu a camisa do São Paulo. Nas 501 partidas disputadas pelo Tricolor, no entanto, não balançou as redes adversárias nenhuma vez

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