Déficit de Aprendizagem |
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Dra.
Sônia Cristina Carlos Quimas
A criança com
amadurecimento intelectual, emocional e físico suficientes para aceitar com
naturalidade as importantes modificações da rotina de vida que surgem com a
vida escolar, que tenha sido previamente preparada para a socialização
extra-familiar e que entre em uma escola com maleabilidade suficiente para
atender suas necessidades específicas, deverá se adaptar rapidamente.
A inadaptação
geralmente é revelada por queixas do tipo: recusa em ir à escola,
agressividade, passividade, desinteresse, instabilidade emocional, comportamento
desordeiro, somatizações,...
Quando surgem
dificuldades, toda a relação "família-criança-escola" encontra-se
alterada. Frente a uma criança específica, em última análise, pode-se dizer
que a escolha daquela escola, naquele momento, não foi adequada; a criança é
normal; porém, não corresponde às espectativas da família, que escolheu a
escola segundo suas espectativas; a criança é normal, mas ainda imatura para a
escolarização - a criança não é normal e precisa de uma atenção mais
diferenciada!
A inadaptação
escolar não resolvida resulta, na maioria dos casos, em insucesso escolar.
A abordagem da
criança com mau rendimento escolar incluí:
A
questão social agiria conforme o esquema:
Marginalização social |
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Carência bio-psíquico-social |
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Estrutura familiar |
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Evasão escolar |
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Falta de informação ou |
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Baixo rendimento escolar |
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Ausência de estimulação em |
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Estrutura familiar inadequada |
Os
fatores que envolvem a criança são:
a.
Fatores Intelectuais
- retardos mentais associados ou não a
determinadas doenças, particularmente neurológicas;
b.
Distúrbios da Linguagem
- dislexias, dislalias e alterações na percepção
auditiva;
c.
Distúrbios da Motricidade
- hiperatividade e distúrbios da dominação
hemisférica;
d.
Distúrbios Físicos
- visuais, auditivos, lesões cerebrais, doenças
crônicas, inclusive desnutrição;
e.
Distúrbios Emocionais
f.
Atividades Extra-curriculares
- trabalho e esporte;
Os fatores que
envolvem a escola recebem influência do sistema pedagógico brasileiro, que
falam na "Teoria do Dom" - onde o fracasso escolar estaria relacionado
a ausência de características individuais no bom aproveitamento dos ensinos
escolares. A influência desta teoria determinou uma nova forma de realização
pedagógica, com a divisão de classes mais ou menos homogêneas; sendo o critério
discriminatório, o aprender com facilidade, ou pelo contrário ter dificuldade.
Os menos aptos são ainda encaminhados para atendimento psicológico e pedagógico.
Existe também,
a "Teoria da Carência Cultural" que nos fala das crianças
provenientes de baixas condições sócio-econômicas, apresentando em decorrência
de seu ambiente desprivilegiado, deficiência no seu desenvolvimento
neuropsicomotor "normal".
A incapacidade
de aprendizagem pode ser definida como: "desordem em um ou mais dos
processos psicológicos envolvidos com o entendimento e o uso da linguagem,
falada ou escrita, que podem ser manifestados sozinhos numa capacidade
deficiente para ouvir, falar, ler ou escrever, soletrar ou fazer cálculos matemáticos"
(LEI PÚBLICA 94-142 DE ATOS DE EDUCAÇÃO PARA TODAS AS CRIANÇAS DEFICIENTES -
US OFFICE OF EDUCATION, 1977).
CARACTERÍSTICA
DAS CRIANÇAS COM INCAPACIDADE DE APRENDIZAGEM:
Problemas
Visuais Perceptuais:
Problemas de
Memória e Atenção:
Deficiência
de Linguagem:
Problemas de
Leitura:
A criança,
com incapacidade de aprendizagem, no início, se relacionará bem com as demais
crianças, não é hiperativa e geralmente gosta de escola. Desde o momento em
que o jardim de infância enfoca a maior extensão do desenvolvimento social,
muito mais do que o aprendizado, a criança com incapacidade de aprendizado
poderá dar-se muito bem neste nível escolar.
Uma vez
ingressando no primeiro grau, a situação mudará; agora lhe será cobrada a
eficiência na leitura.
Dra.
Sônia Cristina Carlos Quimas
Médica Chefe da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do
Hospital Beneficência Portuguesa - São José do Rio Preto - SP
E-mail:[email protected]