Você se foi...
Nunca mais há de voltar!
Nada mais me resta
senão chorar
e a cantar a
amargura em que me apanho...
Você se foi, mas
muita coisa ficou ainda:
O seu perfume, o
seu calor, uma dor infinda,
a saudade de um
sonho...
A cigarra que
n!alma eu tinha,
para o inverno se
encaminha...
Vai emudecendo
placidamente...
vai com meus
sonhos se esvaindo,
aos poucos,
indiferente, caindo
a morrer
melancolicamente...
Não mais a ventura
de antes,
não mais teus
seios arfantes,
não mais teu
sereno olhar !
Ah! Cigarra!
Cigarra que em meu peito canta,
por amor a esta
santa
cessa agora o teu
cantar!
Nelson de Medeiros
Teixeira