Hei, para sempre, de
guardar o teu retrato,
para que eu possa
reviver a mocidade,
a doce sombra de um
fugaz sonho abstrato,
uma quimera agasalhando
a soledade!
Hei de guardá-lo com
carinho e muito trato,
sempre carpindo esta
saudade que me invade.
Uma saudade a qual,
porém, sou muito grato,
por tanta paz, por tanto
amor e lealdade!
E quando um dia, já todo
roto e amarelado,
calar-me o peito num
soluço entrecortado,
hei de chorar por este
imenso amor profundo...
Fenecerá flor – eu sei-
mas a semente
há de ficar, brotando
n!alma eternamente,
prá renascer na doce luz
de um novo mundo!
Nelson de Medeiros
Teixeira