Os Versos Que Te Entrego

 

Sempre quisestes meus versos...
Nunca os dei. Porém, dentro d!alma impressos
foram sempre meus fieis companheiros!
Amigos inseparáveis desta solidão imensa,
que rasga as entranhas dessa alma tensa,
prenhe de sonhos aventureiros!

Como são fraternos os meus poemas...
Nunca percebi. Entretanto, esses temas
vem de dentro de um sofrido coração!
Falam por si deste amor imaculado,
que guardo ainda no peito enclausurado,
como guarda uma estrela a negra imensidão!

Falam por mim essas rimas sonoras...
Cantam, choram, riem... Quantas histórias,
desfolhadas no livro das amarguras!
Meu outono já surge intolerável,
mais tarde virá o inverno inexorável
amortalhando as derradeiras desventuras!

Portanto que poderia te dizer neste dia sem vida,
quando a natureza derramando lágrimas de dor incontida,
parece entender meu eterno sofrimento?
Talvez dizer que te amo,
que sofro, blasfemo e reclamo
na solidão do negro arrependimento !

Não. Não poderia te dizer nada...
Pois penso no que foste em minha estrada:
Um! alma frágil que mãos tolas esmagaram num lamento!
Por isso clamo aos céus nos brados de quem sofre,
prá que adormeças no berço de meu pensamento,
qual jóia rara no escaninho de um cofre!


Nelson de Medeiros Teixeira

 

 


 


Imagem Original by C. M. Dudash



 

 



 

 

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