No Teu Aniversário

 

 

 

 

Que te posso dizer neste dia chuvoso e sem vida,

quando a natureza, derramando lágrimas de dor incontida,

parece entender meu eterno sofrimento?

Onde buscar as palavras para externar o que sinto,

se a dor e a revolta que reacendem o velho instinto,

se me abrigam n!alma eternizando um vil momento?

Poderia dizer que te amo, e por isso te quero?

Ou tanto seria tão pouco de tanto que espero?

Quem sabe, talvez, melhor fosse acordar

de um sonho febril, que aniquila e confunde,

que a mente transtorna e medo à alma infunde,

abrindo um coração em fel a derramar...

Dizer de um desejo, até poderia...

Mas nem me atrevo, ante tanta heresia...

Por isso, neste dia chuvoso e sem vida,

que me vejo tão só sem saber onde vou te digo:
 - Sou um fraco que vaga ao léu sem guarida, estertorando entre os sonhos
que a vida roubou...

Portanto nada te digo. Apenas te mando flores.

Rosas brancas, com certeza,

Pois são símbolos da pureza,

dessa pureza incontida,

que mora em tua alma querida

desde os tempos de outras eras...

 

 

Nelson de Medeiros Teixeira

 

 

 


 

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