Materiais e Métodos

A terra utilizada em construção pode ser usada de forma bem pastosa, como uma argamassa de terra ou com uma menor quantidade de água, deste modo a ser prensada na construção.

Ambos os métodos tem características próprias e devem ser aplicados em determinados locais. O primeiro, argamassa de terra, é mais fácil de ser aplicado, porém devido a grande quantidade de água, a evaporação desta pode causar o surgimento de capilaridades e proporcionar uma maior probabilidade de infiltrações e contrações, formando trincas e deteriorando o material mais rapidamente, pode ser usado por exemplo na fabricação de adobes. Já a segunda possibilidade, onde a terra é compactada, a quantidade de água é bem inferior e os problemas com infiltração e trincas bastante reduzidos, aumentando a vida útil do material e sua resistência mecânica, sendo empregado na fabricação de tijolos e telhas.

Para evitar esses tipos de problemas deve-se fazer a adição de determinadas substâncias, como a cal ou cimento para melhorar a qualidade do composto e este ser empregado, por exemplo, na construção de fundações, muros, paredes, etc.

Um tipo de material possível com a argamassa de solo é o Adobe. A argamassa é colocada em formas e estas retiradas logo após, ficando assim o solo com a forma de blocos. A cura do composto pode levar de 2 a 5 dias para que os blocos possam ser empilhados; o local adequado para que adquiram uma determinada resistência deve estar seco e plano, protegido de chuva. Uma forma de se aumentar a resistência do Adobe é adicionar aditivos como a palha, asfalto ou cimento, sendo que este último requer determinados cuidados com a sua cura.

Outro material que pode ser feito a partir do solo para a construção de paredes é a Taipa; uma parede de barro ou argamassa de cal, areia ou asfalto, que se mantém erguida graças a uma armação de varas de madeira amarradas ou pregadas em esteios, modernamente usa-se painéis de madeira pré-moldados. Uma desvantagem dessa parede é a rápida deterioração da madeira que sustenta a parede, tendo em média uma vida útil de 3 a 5 anos, porém a casos em que essas paredes resistiram ao tempo por mais de 15 anos. Já foi tentado sem sucesso a substituição da madeira por uma malha metálica, a qual deveria ser demasiadamente rígida para resistir ao peso da estrutura.

Os tijolos prensados manualmente ou mecanicamente dentro de formas são uma ótima utilização do solo estabilizado. Essa compactação até o ponto ótimo, deixa os tijolos com notável resistência, em muitos casos são comercializados, atualmente, substituindo os de tijolos de barro cozido. Devido a pressão com que são compactados, manualmente de 20 a 40 Kg/cm2 e mecanicamente até a 100Kg/cm2, o consumo de cimento fica em torno de 5%, seu tempo de espera para fazer a empilhagem é de 2 dias e sua qualidade é excelente. Outro fator a se levar em conta é produção de tijolos/dia, sendo antieconômico a prensagem unitária e manual do bloco para produção industrializada.

As paredes monolíticas são executadas através da compactação do solo diretamente dentro de formas, já com uma espessura definida, até formar uma massa coesa e compacta, que serão as próprias paredes. Deve-se fazer uma boa avaliação da dosagem de solo e aditivos para atender as normas e padrões de construção. A medida que se constrói o muro, as formas vão passando de altura para outra sem ter que esperar para a secagem daquela etapa anterior. Uma dificuldade é de se encontrar uma forma barata, leve, resistente e que fosse reaproveitada por muitas vezes.

De alguns sistemas ensaiados pelo CEPED(1) o que apresentou os melhores resultados, consistia em fixar previamente no solo, guias para o deslizamento das formas, estas subiam de acordo com o enchimento do muro.

Deve-se dar preferência a algum sistema que tenha grandes facilidades para a montagem e manuseio dos dispositivos construtivos, sem esquecer de levar em conta os custos do material.

As vantagens do processo construtivo de paredes monolíticas são várias comparando-se com a construção usando adobe e taipa. Não é necessário grandes áreas para a armazenagem dos tijolos, uma vez que a parede é moldada no local definitivo; não existe custo com maquinaria de compactação (vale a pena citar que já houve tentativas do emprego de compactadores mecânicos em paredes monolíticas sem sucesso); a sua resistência é superior ao adobe; as camadas são feitas sem a necessidade de cura da anterior e o acabamento já é a própria terra compactada, que depois de retirada a forma resulta em um aspecto agradável. Porém esse tipo de construção ocasiona alguns problemas na junções e nos locais onde existirão vãos, como janelas e portas. Neste caso uma boa alternativa é o emprego em conjunto dos blocos de adobe ou tijolos, onde esses preencheriam os vãos e quinas das paredes, esses problemas serão tratados com mais detalhes posteriormente.

Existem outros processos mais primitivos de construção variando de acordo com o costume de cada região e sendo que a criatividade na construção cresce a mesma medida do aumento da carência da população.

O solo estabilizado também é utilizado com maior freqüência na construção de sub-base de estradas, estabilização de taludes, muros de gravidade, etc.

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