Anos 20
A era do jazz
Uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas - mulheres modernas da época, que freqüentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada Era do Jazz.
No
final do século 19, a mulher começava a ter mais liberdade e já se permitia
mostrar as pernas, o colo e usar maquilagem. A mulher sensual era aquela sem
curvas, seios e quadris pequenos. A atenção estava toda voltada aos
tornozelos.
Os vestidos eram mais
curtos,leves e elegantes,geralmente em seda,deixando os braços e as costas a
mostra,para poder dançar Charleston (dança vigorosa,com movimentos frenéticos
para os lados a partir do joelhos) . As
meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas. O chapéu, até então acessório
obrigatório, ficou restrito ao uso diurno.
No
Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna, realizada por intelectuais,
como Mário de Andrade e Tarsila do Amaral, levou ao Teatro
Municipal de São Paulo artistas plásticos, arquitetos, escritores,
compositores e intérpretes para mostrar seus trabalhos, os quais foram
recebidos, ao mesmo tempo, debaixo de palmas e vaias. A Semana de Arte Moderna
foi o grande acontecimento cultural do período, que lançou as bases para a
busca de uma forma de expressão tipicamente brasileira, que começou a surgir
nos anos 30.
Em 1925,foi a
era das inovações tecnológicas, da eletricidade,
da modernização das fábricas, do rádio e do início do cinema falado, que
criaram, principalmente nos Estados Unidos, um clima de prosperidade sem precedentes,
constituindo um dos pilares do chamado "american way of life" (o
estilo de vida americano).
Toda a euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia
29 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior
baixa de sua história.
Anos 30
tempos de crise
Diferentemente dos anos 20, que havia destruído as formas femininas, os 30 redescobriram as formas do corpo da mulher através de uma elegância refinada, sem grandes ousadias.
O
corte enviesado e os decotes profundos nas costas dos vestidos de noite marcaram
os anos 30, que elegeram as costas femininas como o novo foco de atenção.
Alguns pesquisadores acreditam que foi a evolução dos trajes de banho a grande
inspiração para tais roupas decotadas.
A moda dos anos 30 descobriu o esporte, a vida ao ar livre e os banhos de sol.
Os mais abastados procuravam lugares à beira-mar para passar períodos de férias.
Seguindo as exigências das atividades esportivas, os saiotes de praia diminuíram,
as cavas aumentaram e os decotes chegaram até a cintura, assim como alguns
modelos de vestidos de noite.
A mulher dessa época devia ser magra, bronzeada e esportiva, o modelo de beleza
da atriz Greta Garbo
No
final dos anos 30, com a aproximação da Segunda Guerra Mundial, que estourou
na Europa em 1939, as roupas já apresentavam uma linha militar, assim como
algumas peças já se preparavam para dias difíceis, como as saias, que já
vinham com uma abertura lateral, para facilitar o uso de bicicletas.
Muitos estilistas fecharam suas Maison ou se
mudaram da França para outros países. A guerra viria transformar a forma de se
vestir e o comportamento de uma época.
Anos 40
A moda e a guerra
Em
1940, a Segunda Guerra Mundial já havia começado na Europa. A cidade de Paris,
ocupada pelos alemães em junho do mesmo ano, já não contava com
todos os grandes nomes da alta-costura e suas Maison. Muitos estilistas se
mudaram, fecharam suas casas ou mesmo as levaram para outros países.
Em 1940, a Segunda Guerra Mundial já havia começado na Europa. A cidade de
Paris, ocupada pelos alemães em junho do mesmo ano, já não contava com todos
os grandes nomes da alta-costura e suas Maison. Muitos estilistas se mudaram,
fecharam suas casas ou mesmo as levaram para outros países.
Em 1940, a Segunda Guerra Mundial já havia começado na Europa. A cidade de
Paris, ocupada pelos alemães em junho
do mesmo ano, já não contava com todos os grandes nomes da alta-costura e suas
Maison. Muitos estilistas se mudaram, fecharam suas casas ou mesmo as levaram
para outros países.
Durante a guerra, a alta-costura ficou restrita às mulheres dos comandantes
alemães, dos embaixadores em exercício e àquelas que de alguma forma podiam freqüentar
os salões das grandes Maison.
Durante
a guerra, o chamado "ready-to-wear" (pronto para usar), que é a
forma de produzir roupas de qualidade em grande escala, realmente se
desenvolveu. Através dos catálogos de venda por correspondência com os últimos
modelos, os pedidos podiam ser feitos de qualquer lugar e entregues em 24 horas
pelos fabricantes.
Em 1945, foi criada uma exposição de moda, com a intenção de angariar fundos
e confirmar a força e o talento da costura parisiense. Como não havia material
suficiente para a produção de modelos luxuosos, a solução foi vestir
pequenas bonecas, moldadas com fio de ferro e cabeças de gesso, com trajes
criados por todos os grandes nomes da alta-costura francesa.
No
pós-guerra, o curso natural da moda seria a simplicidade e a praticidade,
características da moda lançada por Chanel anteriormente. Entretanto, o francês
Christian Dior, em sua primeira coleção, apresentada em 1947, surpreendeu a
todos com suas saias rodadas e compridas, cintura fina, ombros e seios naturais,
luvas e sapatos de saltos altos.
O sucesso imediato do seu "New Look", como a coleção ficou
conhecida, indica que as mulheres ansiavam pela volta do luxo e da sofisticação
perdidos.
Dior estava imortalizado com o seu "New Look" jovem e alegre. Era a
visão da mulher extremamente feminina, que iria ser o padrão dos anos 50.
Anos 50
a época da feminilidade
Com o fim dos anos de guerra e do racionamento de tecidos, a mulher dos anos 50 se tornou mais feminina e glamurosa, de acordo com a moda lançada pelo "New Look", de Christian Dior, em 1947.
.
Metros e metros de tecido eram gastos para confeccionar um vestido, bem amplo e
na altura dos tornozelos. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos
altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias.
Essa silhueta extremamente feminina e jovial atravessou toda a década de 50 e
se manteve como base para a maioria das criações desse período. Apesar de
tudo indicar que a moda seguiria o caminho da simplicidade e praticidade,
acompanhando todas as mudanças provocadas pela guerra, nunca uma tendência foi
tão rapidamente aceita pelas mulheres como o "New Look" Dior, o que
indica que a mulher ansiava pela volta da feminilidade, do luxo e da sofisticação.
E foi o mesmo Christian Dior quem liderou, até a sua morte em 1957, a agitação
de novas tendências que foram surgindo quase a cada estação.
Entretanto, os dois grandes símbolos de beleza da década de 50 foram Marilyn
Monroe e Brigitte Bardot, que eram uma
mistura dos dois estilos, a
devastadora combinação de ingenuidade e sensualidade.
As pioneiras das atuais top models surgiram através das lentes dos fotógrafos
de moda, entre eles, Richard Avedon, Irving Penn e Willian Klein, que
fotografavam para as maisons e para as revistas de moda, como a Elle e a Vogue
Ao
lado do sucesso da alta-costura parisiense, os Estados Unidos estavam avançando
na direção do ready-to-wear e da confecção. A indústria norte-americana
desse setor estava cada vez mais forte, com as técnicas de produção em massa
cada vez mais bem desenvolvidas e especializadas.
Na Inglaterra, empresas como Jaeger, Susan Small e Dereta produziam roupas prêt-à-porter
sofisticadas. Na Itália, Emilio Pucci produzia peças separadas em cores fortes
e estampadas que faziam sucesso tanto na Europa como nos EUA.
Ao
som do rock and roll, a nova música que surgia nos 50, a juventude
norte-americana buscava sua própria moda. Assim, apareceu a moda colegial,
que teve origem no sportswear. As moças agora usavam, além das saias rodadas,
calças cigarrete até os tornozelos, sapatos baixos, suéter e jeans.
Ao final dos anos 50, a confecção se apresentava como a grande oportunidade de democratização da moda, que começou a fazer parte da vida cotidiana. Nesse cenário, começava a ser formar um mercado com um grande potencial, o da moda jovem, que se tornaria o grande filão dos anos 60 .
Anos 60 A época que mudou o mundo
Os anos 50 chegaram ao fim com uma geração de jovens, filhos do chamado "baby boom", que vivia no auge da prosperidade financeira, em um clima de euforia consumista gerada nos anos do pós-guerra nos EUA. A nova década que começava já prometia grandes mudanças no comportamento, iniciada com o sucesso do rock and roll e o rebolado frenético de Elvis Presley, seu maior símbolo.
A imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando. As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Dior e atacavam de calças cigarette, num prenúncio de liberdade.
Conscientes
desse novo mercado consumidor e de sua voracidade, as empresas criaram produtos
específicos para os jovens, que, pela primeira vez, tiveram sua própria moda,
não mais derivada dos mais velhos. Aliás, a moda era não seguir a moda, o que
representava claramente um sinal de liberdade, o grande desejo da juventude da
época.
Em
1965, na França, André Courrèges operou uma verdadeira revolução na moda,
com sua coleção de roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas e sua visão
de futuro, em suas "moon girls", de roupas espaciais, metálicas e
fluorescentes. Enquanto isso, Saint Laurent criou vestidos tubinho inspirados
nos quadros neoplasticistas de Mondrian e o italiano Pucci virou mania com suas
estampas psicodélicas. Paco Rabanne, em meio às suas experimentações, usou
alumínio como matéria-prima.
Os tecidos apresentavam muita variedade, tanto nas estampas quanto nas fibras,
com a popularização das sintéticas no mercado, além de todas as naturais,
sempre muito usadas
A
moda masculina, por sua vez, foi muito influenciada, nos início da década,
pelas roupas que os quatro garotos de Liverpool usavam, especialmente os paletós
sem colarinho de Pierre Cardin e o cabelo de franjão. Também em Londres,
surgiram os mods, de paletó cintado, gravatas largas e botinas. A silhueta era
mais ajustada ao corpo e a gola rolê se tornou um clássico do guarda-roupa
masculino. Muitos adotaram também a japona do pescador e até mesmo o terno de
Mao.
No Brasil, a Jovem Guarda fazia sucesso na televisão e ditava moda. Wanderléa
de minissaia, Roberto Carlos, de roupas coloridas e como na música, usava
botinha sem meia e cabelo na testa [como os Beatles]. A palavra de ordem era
"quero que vá tudo pro inferno".
A moda passou a ser as roupas antes reservadas às classes operárias e
camponesas, como os jeans americanos, o básico da moda de rua. Nas butiques
chiques, a moda étnica estava presente nos casacos afegãos, fulares indianos,
túnicas floridas e uma série de acessórios da nova moda, tudo kitsch, retrô
e pop.
Toda a rebeldia dos anos 60 culminaram em 1968. O movimento estudantil explodiu
e tomou conta das ruas em diversas partes do mundo e contestava a sociedade,
seus sistemas de ensino e a cultura em diversos aspectos, como a sexualidade, os
costumes, a moral e a estética.
No Brasil, lutava-se contra a ditadura militar, contra a reforma educacional, o
que iria mais tarde resultar no fechamento do Congresso e na decretação do Ato
Institucional nº 5.
Talvez o que mais tenha caracterizado a juventude dos anos 60 tenha sido o
desejo de se rebelar, a busca por liberdade de expressão e liberdade sexual.
Nesse sentido, para as mulheres, o surgimento da pílula anticoncepcional, no início
da década, foi responsável por um comportamento sexual feminino mais liberal.
Porém, elas também queriam igualdade de direitos, de salários, de decisão.
Até o sutiã foi queimado em praça pública, num símbolo de libertação.
Os 60 chegaram ao fim, coroados com a chegada do homem à Lua, em julho de 1969,
e com um grande show de rock, o "Woodstock Music & Art Fair", em
agosto do mesmo ano, que reuniu cerca de 500 mil pessoas em três dias de amor,
música, sexo e drogas.
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