Sobre a Quarta Pesquisa “Assessoria Popular” em Mariana


Pesquisa quantitativa, com plano amostral, aplicada nos dias 19 e 20 de dezembro de 2001. A população foi segregada, para efeito de composição da amostra, em faixas etárias, razão de sexo e setorização na distribuição dos questionários.

Os dados da população para a qualificação da amostra foram extraídos do minicenso (contagem), do IBGE, de 1996.

No relatório a seguir são omitidas as respostas relativas às intenções de voto para Presidente e Governador, bem como de avaliação dos governos federal e estadual. Tal omissão se deve ao fato da pesquisa não ter sido registrada junto ao TRE-MG, sendo, portanto, vedada a divulgação pública desses resultados.

Área de aplicação:

Município de Mariana – sua sede e os seguintes distritos:

Bandeirantes, Cachoeira do Brumado, Camargos, Cláudio Manoel, Furquim, Mariana, Monsenhor Horta, Padre Viegas, Passagem de Mariana, Santa Rita Durão.

Intervalo de Confiança: 95%; margem de erro: 5%.

Número de questionários aplicados: 379.


Questionário aplicado - faça o download do arquivo de sua preferência clicando com o botão direito do mouse sobre o item e selecionando <Salvar destino como...> no menu popup:

.doc (56Kb); .zip (11Kb); .exe (autodescompactável, 32Kb)

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Há um certo equilíbrio entre homens e mulheres na amostra, respondendo aos dados da Contagem 1996, do IBGE, nossa fonte primária de dados sobre a população.

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Há uma predominância de jovens na amostra, seguindo os padrões oferecidos pela Contagem de 1996, do IBGE. Dentre os respondentes, 56% têm menos de 35 anos.

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Como já vinha sendo indicado em pesquisas anteriores, verifica-se um grande déficit educacional em Mariana. A maioria dos respondentes (54,1%) não completou o Ensino Fundamental (10 Grau).

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A distribuição de renda no município tem forte correlação com as oportunidades de educação. Dentre os respondentes, 44% afirmam que suas famílias vivem com menos de três salários mínimos por mês.

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O quadro de ocupações se mostrou bem distribuído na amostra. Os desempregados somam 7%, mas há de se notar a forte presença de autônomos (13%) que, provavelmente, incluem desempregados atuando no mercado informal de trabalho. Os empregados são em maior número (27%), seguidos de donas de casa (16%), estudantes (13%), aposentados (10%) e funcionários públicos (6%).

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Mais uma vez, a pesquisa revela que pouco mais da metade dos marianenses têm telefone em casa. A distribuição de acesso, contudo, é desigual, variando conforme a renda e o local de moradia (sendo mais universalizado no distrito sede).

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O maior problema do Brasil segue sendo, na opinião dos marianenses, o desemprego. Atrás, em empate técnico, vem violência, pobreza e muitos. Depois, temos a economia e política/políticos. Na categoria outros, agrupamos aquelas indicações que não alcançaram 5%.

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O desemprego segue como principal problema também em âmbito estadual, mas o índice recua. A violência e a pobreza também aparecem nas principais indicações.

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O desemprego segue sendo a maior preocupação dos marianenses, mas com um índice ainda menor. Cresce a preocupação com a violência, mas sobretudo com as questões de água e saúde. A preocupação com a política e os políticos também ganha força em âmbito municipal.

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A avaliação do governo municipal se mantém positiva e apresentou crescimento com relação às pesquisas anteriores. Na primeira, o índice de aprovação (ótimo mais bom) era de 41%, na segunda subiu para 49%, na terceira flutuou positivamente para 52% e, agora, subiu para 59%.

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Avaliação do futuro da economia


Sua situação econômica...

Percentual

vai piorar

27,2

não mudará

19,3

vai melhorar

48,5

NS

4,5

NR

0,5

Total

100,0

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A situação econômica de Mariana...

Percentual

vai piorar

25,6

não mudará

20,8

vai melhorar

46,2

NS

6,9

NR

0,5

Total

100,0

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A situação econômica do Brasil...

Percentual

vai piorar

36,9

não mudará

20,6

vai melhorar

36,4

NS

5,8

NR

0,3

Total

100,0


O otimismo quanto a situação econômica se torna mais pessimista quanto mais escapa à esfera do entrevistado. Assim, em relação à situação pessoal, 48,5% são otimistas, enquanto para a situação econômica municipal esse otimismo recua um pouco (46,2%), sendo que em relação ao futuro econômico do país são 36,4% os otimistas. No caso da economia nacional, os pessimistas prevalecem.

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Percepção subjetiva de pobreza/riqueza


Sua condição social é...

Percentual

pobre

67,5

classe média

28,0

rica

3,2

NS

0,8

NR

0,5

Total

100,0


Comparando as respostas dadas na pergunta sobre renda familiar com essas, temos uma primeira impressão de uma percepção mais objetiva e generalista da própria condição social. Vejamos: 62% disseram perceber até 5 salários mínimos, 24% afirmaram receber entre 5 e 10 salários mínimos e 3% declararam receber mais do que 10 salários mínimos. Considerando que 12% não souberam ou não quiseram responder qual era a sua renda, essas faixas se mostram bastante próximas das encontradas nas respostas acima.

No entanto, quando cruzamos as respostas, percebemos que esta identificação obedece ao padrão de distribuição de renda, que é percebido, mas não há faixas sobrepostas de forma imediata. Em outras palavras, conclui-se que os respondentes percebem sua condição social em relação aos padrões gerais de riqueza, mas, sobretudo, em relação ao seu meio social mais próximo.

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Sua condição social? X Renda Familiar? (cruzamento das respostas)

 

Renda Familiar

Sua condição social?

 

Até
R$ 181,00

De R$ 181,01 a R$ 543,00

De R$ 543,01 a R$ 905,00

De R$ 905,01
a
R$ 1.810,00

De
R$ 1.810,01 a R$ 3.620,00

Mais de
R$ 3.620,01

NS

NR

Pobre

43

82

45

50

7

3

17

9

Classe Média

9

25

19

18

14

7

10

4

Rica

 

3

4

2

1

 

1

1

NS

2

 

 

 

 

 

1

 

NR

1

1

 

 

 

 

 

 

Total

 

55

111

68

70

22

10

29

14

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Como se vê pelo gráfico ao lado, a maioria dos marianenses acredita que é possível enriquecer sem ser desonesto. Contudo, chama a atenção o fato de mais de um terço da população associar diretamente enriquecimento à desonestidade.

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A idéia de riqueza e desonestidade estarem associadas é reforçada por uma convicção de que há impunidade e ela está ligada á riqueza. Como se vê, 70% dos respondentes não acreditam que os ricos possam ser presos.

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A população, mais uma vez, mostra ter uma percepção da distribuição desigual de riqueza, mas pouca condição de objetivá-la. Há, entre os respondentes, uma larga distribuição em diferentes níveis de rendimentos que levariam alguém à condição de rico.

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Perguntada sobre uma série de itens que alguém pode ter e se, para a população, eles indicariam que uma pessoa pode ser considerada rica por possui-los, encontramos as seguintes respostas:


 

Computador com Internet

Caro novo

Casa própria

Nível universitário

Amigos importantes

Cargo público importante

Pobre

15,3

8,2

32,7

14,8

23,0

9,2

Depende

52,8

40,9

54,1

45,1

35,6

25,6

Rico

30,6

49,9

12,4

38,5

39,6

62,5

NS

0,8

0,5

0,3

0,8

0,8

2,1

NR

0,5

0,5

0,5

0,8

1,1

0,5

Total

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0


 

Viajar para o exterior

Filhos em escola particular

Muitos eletrodomésticos

Telefone celular

Empregada mensalista

Pobre

4,2

6,1

12,9

50,1

8,7

Depende

12,7

35,6

47,5

41,7

45,1

Rico

82,1

57,3

38,5

7,1

45,4

NS

0,5

0,5

0,5

0,5

0,3

NR

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

Total

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0


Como se vê, os itens em diferente medida se ligam à idéia de riqueza de seus possuidores. Viajar para o exterior é o que mais dá status, seguido de cargo público importante e ter filhos na escola particular. Apenas estes três itens são vistos pela maioria como “coisas de ricos”. Ter um carro novo e contar com empregada mensalista ou amigos importantes também dá destaque. Esses três casos são vistos, preferencialmente, como próprio a ricos. Ter nível universitário, computador com internet ou muitos eletrodomésticos também são associados à riqueza, mas em menor medida. Curiosamente, ter uma casa própria ou telefone celular é visto como coisas acessíveis a pobres. Nota-se a dinâmica dos signos de status ao se lembrar do “sonho da casa própria” ou dos tempos que o celular estava ligado à busca de afirmação até mesmo excessiva de riqueza. Hoje, a casa própria parece um sonho realizável e o celular não é mais um símbolo de riqueza.

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