Dolly X Coca-Cola
Todo mundo conhece algu�m "viciado" em Coca-Cola, que mais do que beber normalmente o produto como um refrigerante qualquer, n�o consegue passar sem ingeri-lo. Tem quem tome assim que se levanta, ao amanhecer, para "acordar", ou "para se manter acordado". A raz�o disso, dessa poss�vel depend�ncia, est� para ser descoberta. Quem sintonizou a REDE TV! na madrugada deste domingo para segunda, por volta da meia noite e meia, deparou-se com um senhor franzino, magro e abatido, dando entrevista ao jornalista Marcos Barrero no programa 100%Brasil, e desvendando uma parte importante desse mist�rio.
E se parou para ouvir atentamente o que este senhor dizia, neste momento est� estupefato, preocupado com o refrigerante que bebe e compra para sua fam�lia, e mais, deve estar se perguntando: onde est� a Justi�a Brasileira? A entrevista de Plac�dio Jos� Mendes, hoje um perseguido, e durante muitos anos executivo financeiro da multinacional Coca-Cola, foi elucidativa e dever� ser encaminhada �s autoridades competentes. Ele n�o s� declarou ter certeza de que o Extrato Vegetal utilizado na Coca-Cola cont�m derivados de folhas de coca, como deu detalhes das in�meras manobras que foram e s�o perpetradas para que o produto nunca fosse analisado no Brasil. Ele pr�prio, Plac�dio, foi durante anos o respons�vel pela importa��o "sem problemas" da famosa Mercadoria n�mero 5, como � chamada essa parte da composi��o do refrigerante. (A lei brasileira, de 1938, pro�be terminantemente qualquer uso de subst�ncia t�xica)
E ele garantiu ainda: "O extrato vegetal l�quido nunca foi analisado pelo Minist�rio da Agricultura, nem pelo da Sa�de, nem pelas �reas de Com�rcio Exterior, nem pela Cacex. H� um leque de manobras pol�ticas e estrat�gicas utilizadas para abafar esse assunto". Plac�dio enumerou casos, mostrou documentos e lembrou que, em 1980, a Cacex chegou a proibir a importa��o pela falta de respostas convincentes da Companhia. "Mas nada ia para frente. E se havia algum funcion�rio das institui��es que criasse caso, ou ele ia para a rua, ou era transferido do setor imediatamente".
Citando estudos feitos por toxicologistas, incluindo o Dr. Oct�vio Medeiros Brasil, que j� dirigiu o Instituto de Criminal�stica da Pol�cia Federal, Plac�dio explicou ainda durante o programa porque o uso de derivados de folhas de coca � impercept�vel em an�lises no produto final."O refrigerante utiliza �cido fosf�rico em sua dilui��o, o que homogeiniza e mascara a utiliza��o dos alcal�ides. � mentira tamb�m que se trata do segredo da f�rmula, que se chama 7 X. � mais uma forma de escamotear o assunto".
Outros parlamentares deram depoimentos no programa apresentado na REDE TV!, que reprisou momentos da Audi�ncia P�blica na C�mara Federal, dia 3 de julho passado, e que foi paralisada abruptamente em manobras regimentais justamente quando se questionava o presidente da Coca-Cola no Brasil, Brian Smith, sobre se havia ou n�o derivados de folhas de coca no produto. Entre eles, Inoc�ncio de Oliveira (PFL/PE) e Severino Cavalcante (PP/PE), dois componentes da Mesa diretora da C�mara. Para eles, o assunto deve ser investigado at� o fim e a an�lise, providenciada pelas autoridades competentes, no caso, o Instituto de Criminal�stica da Pol�cia Federal.
No in�cio de maio foi aprovado - por unanimidade - o requerimento 1866 de autoria do deputado federal Renato Cozzolino (PSC/RJ) e que solicita que a an�lise do Extrato Vegetal seja realizada. Estranhamente, quase tr�s meses depois o pedido ainda continua parado, esperando decis�o do presidente da C�mara, Jo�o Paulo Cunha (PT/SP).
Esse assunto n�o � recente. H� anos vem � tona e � sufocado pelo lobby da multinacional que, no entanto, agora, ter� que responder. "A Coca-Cola � igual � mulher de C�sar. Deveria, ela mesmo, comprovar que � pura, para acabar com as d�vidas que sempre pairaram sobre esse assunto", cobrou o deputado Inoc�ncio de Oliveira na entrevista que foi ao ar durante o programa, que a multinacional vem tentando tirar do ar, e que tem trazido revela��es surpreendentes sobre v�rios aspectos, da a��o da companhia no Brasil.
