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Ilustração de "Watching de Sky Fall" - By Mark Rayner
TEMPESTADES DE METEOROS
LEONIDAS E SATÉLITES
Autor
: Naelton Mendes de Araujo
Data : 14/07/97
As empresas fabricantes e operadoras de
satélites de telecomunicação publicaram este ano
algumas avaliações a cerca da possibilidade de impactos
de meteoros decorrentes do aumento previsto da chuva
Leonidas para o período 1997-1999. Há uma
probabilidade pequena (mas real) de danos em satélites entretanto não
há alarme. Tal chuva acontece a
cada mês de novembro quando a Terra cruza a órbita do
cometa Tempel-Tuttle cujo período e de 33 anos. A
próxima passagem do
cometa pelo periélio será em fevereiro de 1998. Nesta
época há sempre tempestades devido ao aumento de
partículas deixada pelo cometa.
Caracteriza-se uma "tempestade" quando uma
chuva atinge valores maiores ou iguais a 1000 meteoros
por hora [COOKE, 1997]. As recentes observações visuais
das Leonidas indicam um aumento de 3 a 4 vezes no fluxo
de meteoros nos últimos anos. Esses fatos sugerem um
aumento considerável na possibilidade de impactos
meteóricos em satélites durante as proximas
tempestades.
Não há antecedentes suficientemente documentados para
uma previsão apurada do volume de meteoros de uma chuva
de meteoros. Além disso o número de partículas
deixadas pelos cometas varia conforme múltiplos fatores
(pressão de radiação, estrutura do cometa, atração
dos planetas) que dificultam uma estimativa do volume de
meteoros.
A Hughes [SSSN,1996] relata que em 1963 (próximo à
última grande tempestade Leonida) houve uma possível
colisão de um micrometeorito causando danos num painel
solar e distúrbios mecânicos. Em 1984 dois satélites
não conseguiram atingir a órbita definitiva devido a
falha no motor de apogeu. Recuperados após nove meses
apresentavam marcas de impacto. Tais marcas são
coerentes com os diversos modelos da Nasa [NASA - MSFC
& SS3900] para o fluxo e a possibilidade de impactos.
Como não há dados recentes sobre o efeito das Leonidas
sobre satélites muitos estudos se baseiam em outras
chuvas, principalmente nas Perseidas [BEECH 1993].
Mesmo esses trabalhos indicam possibilidades de impactos
menores que 1%, nos piores casos. Todos os artigos
consultados são muito coerentes com a conclusão de que
as chances de impacto são pequenas e quando ocorrem não
chegam a causar grandes danos.
As chuvas duram alguns dias. As tempestades duram em
media 1 hora, tempo necessário para que a Terra passe
através da corrente principal de fragmentos deixados
pelo cometa.
Os períodos de possíveis tempestades Leonidas são
listadas abaixo [RAO,1995]:
Ano Data Horario
1997 Nov. 17 13:35 TU
1998 Nov. 17 19:45 TU
1999 Nov. 18 01:50 TU
2000 Nov. 17 08:05 TU
Embora não apresente perigo inevitável aos satélites
em órbita, as
Leonidas promete ser um belo espetáculo para alguns
observadores nestes períodos.
Referências Bibliográficas:
[SSSN, 1996] - Satellite System Service Note Advisory
Bulletim - 12th Dec., 1996 - "1999 Leonid Meteor
Storm Predicted Effects On Hughes Geosynchronous Orbit
Commercial Satellites".
[COOKE, 1997] - Cooke, W. - "Estimation of Meteoroid
Flux For The Upcoming Leonid Storms" - [email protected] .
[NASA- MSFC] - "Meteoroids And Orbit Debris"
http://elses1.msfc.nasa.gov/nee/meteo.html .
[SS3900] - SS3900 - Space Flight Crew Systems Meteorite
Lab -
http://www.oc.nps.navy.mil/~jenner/courses/mmlab.html .
[BEECH, 1993] - Beech, M. & Brown, P. , 1993 -
"Impact Probablities On Artificial Satellites For
The 1993 Perseids Meteoroid Stream" - MNRAS, 263,
L35-36.
[RAO, 1995] - Rao, J. - "The Leonids: King of Meteor
Showers" - Sky & Telescope, Nov. 1995. - http://www.skypub.com/meteors/leoking.html
Publicado inicialmente no boletim Céu Virtual em 14/07/97.
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