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Instrumentos Musicais

 

       Objetos, geralmente de fabricação total ou parcialmente artesanal, utilizados para a produção de sons e utilizados na música ritual, cerimonial e de entretenimento.

       Nos cânones, motetos e madrigais, composições que desde o século XIII constituíram o corpus do qual nasceria a moderna concepção musical, prevalecia o elemento vocal, restando aos instrumentos musicais a mera função de acompanhamento. A partir do século XV, no entanto, a instrumentação e a orquestração adquiriram papel predominante. Surgiram então formas como a suíte e a sinfonia, responsáveis pelos mais brilhantes momentos da criação musical.

       Instrumentos musicais são objetos destinados à emissão de sons e músicas para fins rituais, cerimoniais, de entretenimento ou diversão etc. Grande variedade de materiais prestou-se para a fabricação de instrumentos musicais: junco, osso, madeira, plástico, seda e diversas ligas metálicas, como o bronze, foram provavelmente os mais utilizados. A imensurável quantidade de instrumentos dá uma idéia de sua importância nas culturas musicais de todos os tempos.

       Primitivamente, eles estavam associados à dança, ao trabalho, à religião e à medicina, práticas em que assumiam o papel de acompanhantes de cânticos e danças. Adquiriram depois identidade própria e independência e passaram a ser usados na música instrumental, que se contrapôs à música vocal, ou cantada.

       O bater das palmas, o sapateado e o estalar dos dedos serviram, desde as origens da expressão musical, como meios de interpretação associados à dança e à voz, e ainda permanecem nos costumes modernos como formas espontâneas de acompanhamento. Num sentido mais estrito, porém, o estudo dos instrumentos musicais abarca aqueles objetos que foram ou são fruto da elaboração artesanal de certas matérias-primas, com desenho e finalidade específicos para a produção de música.

       Os mecanismos para obtenção do som baseiam-se nas propriedades acústicas dos materiais e formas escolhidos e variam em função dos efeitos desejados. Assim, a vibração do próprio material de que se constituíam os instrumentos, ou do ar contido em tubos e caixas de ressonância, foi praticamente o único procedimento musical básico até o surgimento, no século XX, dos sistemas de som eletrônicos e dos amplificadores.

       Perfil histórico e evolução. Vestígios arqueológicos revelam que procediam de restos de animais os primeiros instrumentos musicais utilizados pelo homem, entre eles as conchas marinhas e os apitos fabricados com ossos. Tinham finalidades práticas, na caça e na comunicação a distância, e mágicas, em cerimônias rituais e para afastar espíritos malignos.

       A evolução histórica nas diferentes regiões do mundo mostra suas próprias particularidades, embora a comunicação musical entre culturas próximas tenha sido quase sempre intensa. Tambores, buzinas de chifre e sinetas aparecem na expressão musical dos povos primitivos. As primeiras sociedades organizadas do Mediterrâneo conheciam e utilizavam uma variada gama de instrumentos que, no entanto, desempenhavam papel secundário nas atividades. Durante a alta Idade Média, a cultura islâmica constituiu-se em veículo transmissor dos conhecimentos musicais, aproveitados pelos menestréis europeus a partir do século XII. A técnica instrumental, embora tenha evoluído, não conseguiu livrar-se de seu papel de acompanhante das vozes. De fato, embora nas formas mais antigas de expressão musical existam peças instrumentais, a generalização da composição instrumental não ocorreu até o Renascimento.

       No princípio, os instrumentos imitavam a música vocal, especialmente as composições escritas para coros polifônicos, em que se juntam várias melodias simultâneas e complementares. Surgiram assim as primeiras orquestras, pequenas e compostas de instrumentos da família do violino, com a participação de flautas e órgãos. O rápido desenvolvimento dos conjuntos orquestrais condicionou fortemente a subseqüente evolução dos diversos instrumentos.

       O barroco europeu do século XVII foi o movimento artístico em que alcançaram o apogeu as orquestras de câmara, integradas predominantemente por instrumentos de corda. O período clássico do século seguinte deu lugar a incipientes orquestras sinfônicas, de muito menor porte que as orquestras que se conheceram nos séculos XIX e XX.

       O século XIX assistiu a uma revolução na fabricação de instrumentos. As descobertas de Theobald Böhm para a flauta e outros instrumentos de sopro, e a consolidação do piano como solista e acompanhante ideal, graças a suas possibilidades harmônicas, isto é, de emitir vários sons ao mesmo tempo, marcaram a evolução musical da época. Como resultado das novas possibilidades, nasceram duas figuras características da época: o artesão, construtor ou luthier, preocupado em obter modelos cada vez mais perfeitos e aplicáveis às grandes orquestras, e o virtuose, ou intérprete.

Theobald Böhm e outros fabricantes e inventores, ao lado de gênios musicais do porte de Franz Liszt, Frédéric Chopin e Niccolò Paganini foram algumas das mais importantes figuras da música instrumental do século XIX. Nesse período surgiu também um novo tipo de composição musical, o estudo, que pela primeira vez antepunha as necessidades de exploração das possibilidades do instrumento às de musicalidade e beleza propriamente ditas. Os estudos de Chopin são exemplares da conjugação entre o alto sentido artístico e um notável efeito prático.

       No século XX, o ecletismo e a grande diversidade de correntes artísticas se combinaram com uma intensa e vasta pesquisa de meios de expressão musical. Assim, a música instrumental dos séculos anteriores abriu-se para as novas tendências eletrônicas e a música folclórica foi resgatada do esquecimento, trazendo com ela instrumentos que a evolução da cultura ocidental havia banido do plano da música erudita.

       Distribuição e classificação dos instrumentos. Os critérios de classificação dos instrumentos musicais diferem de cultura para cultura. Assim, a cultura chinesa antiga classificou seus instrumentos segundo o material empregado na fabricação, considerando-os mais do ponto de vista simbólico do que pelas características acústicas (metais, madeiras duras, bambus, cabaças, peles e seda). As civilizações greco-romanas distinguiram os grupos de sopro, corda e percussão, classificação que se manteve durante a Idade Média e sobreviveu na organização instrumental das orquestras sinfônicas.

       A classificação vigente em tempos remotos na península hindustânica, conhecida como sistema indiano, cataloga os instrumentos em corda, sopro, percussão de madeira e percussão de pele. Essa divisão foi seguida, em princípios do século XX, pelo famoso belga construtor e especialista em acústica Victor-Charles Mahillon. Segundo seus critérios, os instrumentos podem ser de percussão (com ou sem membrana), de sopro ou de corda. Mais tarde foram incluídos nessa classificação os instrumentos elétricos e eletrônicos.

       Os instrumentos de percussão sem membrana são aqueles em que o próprio corpo da peça entra em vibração para produzir os sons, como no caso das campainhas e castanholas. A maior parte dos instrumentos desse tipo usados no Ocidente procede da Ásia e do Egito e, construídos inicialmente em bronze, adquiriram importante papel simbólico, como no caso dos sinos e crótalos. Nos instrumentos que possuem membrana, o som se produz por vibração de elementos tensos, principalmente peles (tambores, em toda a sua variedade, inclusive cuícas, chamadas tambores de fricção). Provêm da África, com grande variedade de tambores de oração e comunicação, embora também estejam presentes em outras culturas. O termo percussão foi inventado por Michael Praetorius em 1619.

       Os instrumentos de corda, originários do Extremo Oriente, da Índia, das civilizações mediterrâneas e da Mesopotâmia, baseiam-se na propriedade física segundo a qual uma corda vibrante emite um som de freqüência proporcional a seu comprimento. Existem quatro grandes famílias, muito difundidas em todo o mundo, cujos principais representantes são respectivamente o alaúde, a cítara, a lira e a harpa. De uso mais recente na Europa é o grupo do violino, utilizado em conjuntos instrumentais desde o Renascimento. São também instrumentos de corda aqueles dotados de teclados que fazem vibrar cordas metálicas tensas, dos quais o mais representativo é o piano, de invenção mais tardia. Sua concepção moderna é atribuída ao italiano Barlomeo di Francesco Cristofori, do século XVIII.

       Os instrumentos de sopro são aqueles em que o ar é o meio vibratório principal na produção do som. Incluem-se nesse grupo os grandes órgãos de tubos das igrejas, o acordeão e as seções de madeiras e metais da orquestra sinfônica, entre outros. Os termos "madeira" e "metal", embora de uso consagrado, nem sempre condizem com o material de fato empregado na construção dos instrumentos. Assim, as flautas transversas, feitas atualmente de metal, pertencem à seção das madeiras na orquestra e alguns representantes do grupo dos metais eram feitos originalmente em madeira, como é o caso das trompas.

       O último grupo, o dos instrumentos elétricos, é de criação mais recente e inclui o órgão e a guitarra elétricos, além dos instrumentos eletrônicos, como o sintetizador.

       As tendências atuais orientam-se para novas formas de obtenção e interpretação de sons, que em certas ocasiões empregam os instrumentos consagrados de forma insólita e contestadora: um violino pode ser um chocalho; no piano, o tampo pode funcionar como uma tábua de percussão e suas cordas podem ser dedilhadas como uma harpa. Não há dúvida de que a pesquisa sonora no campo instrumental pode proporcionar infinitas possibilidades acústicas e harmônicas.

       A partir dessa classificação geral, são usualmente empregados outros critérios de denominação genérica. Assim, teclados são todos os instrumentos acionados por teclas, como o piano (cordas) ou o acordeão (sopro); harmônicos são aqueles capazes de emitir mais de um som de cada vez (piano, violão etc.) e melódicos os que só produzem uma nota de cada vez (como a flauta e o violino); elétricos, os que precisam dessa energia para se tornarem audíveis (como a guitarra elétrica); eletroacústicos os que possuem alguma ressonância natural, amplificada eletricamente (como o violão elétrico); e acústicos, os que contam apenas com a amplificação ambiental e, caso esta não seja suficiente, precisam ser captados por um microfone (como o violão comum).

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