| A partir de meados do século XX, a obra de Gioacchino Rossini, famoso por suas óperas cômicas, experimentou uma nova valorização como reconhecimento dos esforços do autor para transformar as estruturas tradicionais do gênero operístico.
Gioacchino Antonio Rossini nasceu na cidade italiana de Pesaro, pertencente na época aos Estados Pontifícios, em 29 de fevereiro de 1792. Filho de um casal de músicos pouco conhecidos, passou sua infância nos teatros. Estudou no Liceu Filarmônico de Bolonha. Em 1806 escreveu sua primeira ópera. Depois de algumas incursões pela música religiosa, atingiu, com seu talento melódico, um sucesso prematuro com a ópera cômica L'Italiana in Algeri (1813; A italiana em Argel) e, no gênero dramático, com Tancredi (1813). Essas obras já mostravam o desejo de Rossini de valorizar a orquestração e a ela subordinar a voz do cantor, prática pouco comum até então.
Em 1816, Rossini apresentou em Roma sua célebre Almaviva, depois conhecida como Il barbiere di Siviglia (O barbeiro de Sevilha). Embora inicialmente acolhida com frieza pelo público romano, a obra alcançou enorme sucesso no resto da Itália e, mais tarde, tornou-se uma das principais peças do repertório operístico. Depois de compor outras óperas cômicas de sucesso, como La Cenerentola (1817; A Gata Borralheira) e La gazza ladra (1817; A pega ladra), Rossini criou obras ambiciosas -- Armida (1817) e Semiramide (1823) -- cuja progressiva complexidade, baseada numa cuidadosa integração entre música e personagens dramáticos, não foi bem aceita pelos italianos. Decepcionado com o público da terra natal, o autor fixou-se então em Paris, em 1823. Sua grande ópera séria é Guillaume Tell (1829; Guilherme Tell), depois da qual decidiu não escrever mais para teatro.
Em seus últimos anos de vida entregou-se a vida social intensa, que interrompeu apenas para compor peças religiosas e concertos. Rossini morreu em Passy, perto de Paris, em 13 de novembro de 1868.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. |
