A carreira naval era tradição na família de Rimski-Korsakov, principal representante do nacionalismo musical russo do século XIX. A atração do compositor pelo mar manifesta-se nas numerosas cenas marítimas de suas obras, como a descrição do oceano na célebre suíte orquestral
Scherazade (1888).
Nikolai Andreievitch Rimski-Korsakov nasceu na localidade russa de Tijvin, próximo a Novgorod, em 18 de março (6 de março no calendário juliano) de 1844. Aos 12 anos mudou-se com a família para São Petersburgo e ingressou, por força da tradição familiar, na academia de Marinha. Aos 15 anos começou a estudar piano. Conciliou a carreira naval também com os estudos de composição e em 1861 começou a escrever sua primeira sinfonia, sob supervisão de Mili Balakirev.
Após graduar-se em 1862, logo embarcou no navio Almaz para uma viagem ao redor do mundo, que durou três anos. Ao regressar a São Petersburgo, tornou-se membro destacado do denominado Grupo dos Cinco, integrado também por Modest Mussorgski, César Cui, Aleksandr Borodin e Balakirev, e que propunha a independência da música russa em relação à ocidental. A versatilidade musical e a habilidade de Rimski-Korsakov para a orquestração valeram-lhe, em 1871, a nomeação para o cargo de professor de composição do Conservatório de São Petersburgo, onde formou duas gerações de músicos de alta categoria.
Em 1873 abandonou a Marinha e dedicou-se plenamente à criação de notáveis obras sinfônicas e de câmara, como o Capriccio Espagnol (1887; Capricho espanhol),
Scheerazade e dois famosos quartetos de corda, em fá maior (1875) e sol maior (1897). Extraiu de lendas populares russas os temas para suas óperas, entre as quais as celebradas Snegurochka (1882; A donzela da neve), Sadko (1898) e Le coq d'or (1909; O galo de ouro). Rimski-Korsakov, que ao longo da vida exerceu também as funções de diretor de orquestra e editor musical, morreu em Liubensk em 21 de junho (8 de junho no calendário juliano) de 1908.
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