Compositor francês do fim do período barroco, Rameau é o autor de um tratado que constituiu a base da teoria musical dos séculos seguintes.
Jean-Philippe Rameau nasceu em Dijon, França, e foi batizado em 25 de setembro de 1683. Filho de um organista local, iniciou sua carreira musical em Milão, mas logo se mudou para a França. Trabalhou como organista nas catedrais de Dijon e Clermont antes de se estabelecer em Paris, em 1722. Nesse mesmo ano, a publicação do Traité de l'harmonie (Tratado de harmonia) o alçou à fama que não alcançara com as composições para cravo. Na obra, Rameau questiona as idéias vigentes, baseadas na importância da melodia, e defende a compreensão da música como uma sucessão ordenada de acordes que, formados pela superposição de sons simultâneos, configuram a harmonia.
Em 1724, Rameau publicou seu segundo livro de peças para cravo e tornou-se um dos compositores mais conhecidos da França. Em 1730, conheceu Voltaire, que exerceu sobre ele poderosa influência intelectual. Outros enciclopedistas, no entanto, entre os quais Rousseau e Diderot, criticaram sua teoria musical. Inicialmente, Rameau foi atacado por seu "italianismo", acusação totalmente sem procedência. Mais tarde, ironicamente, os enciclopedistas voltaram suas preferências para a música italiana e passaram a atacá-lo por seu racionalismo. De fato, Rameau é um grande compositor, mas suas obras têm certa frieza, resultante desse racionalismo voltaireano.
A primeira ópera de Rameau, Hyppolite et Aricie (1733; Hipólito e Arícia), obteve êxito em Paris. Seguiram-se a ópera-bailado Les Indes galantes (1735; As índias galantes), e as óperas Castor et Pollux (1737), Dardanus (1739) e Zoroastre (1749). A envergadura e complexidade orquestral das obras de Rameau elevaram-no à condição de maior operista e máximo representante do rococó francês do século XVIII. Foi nomeado músico oficial de Luís XV, mas a evolução musical do gosto burguês, refletida na atitude dos enciclopedistas, assinalou a progressiva decadência de seu estilo. Jean-Philippe Rameau morreu em Paris em 12 de setembro de 1764.
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