| Compositor neoclassicista de grande versatilidade, Prokofiev cultivou vários gêneros musicais -- entre sinfonias, concertos, trilhas para cinema, óperas, balés e peças programáticas -- e renovou a música do século XX.
Serguei Sergueievitch Prokofiev nasceu na cidade de Sontsovka, Ucrânia, em 23 de abril (11 de abril no calendário juliano) de 1891. Muito precoce, teve sua educação musical orientada por Serguei Taneiev e, a partir de 1904, estudou por dez anos no conservatório de São Petersburgo, de onde saiu reconhecido como pianista e compositor. Embora inicialmente entusiasmado com a revolução de 1917, que contribuiu para inspirar-lhe febril atividade criadora, concluiu um ano depois que não havia lugar para a música na Rússia naquele momento. Depois de viajar pelos Estados Unidos e diversos países da Europa, fixou residência em Paris, onde obteve o reconhecimento unânime de público e crítica.
Após concertos no Japão e nos Estados Unidos, tornou-se internacionalmente conhecido pela montagem de The Buffoon (1921; O bobo), com o balé de Serguei Diaghilev. Já consagrado, voltou a residir em Moscou em 1933, onde tomou parte na organização da União de Compositores e escreveu o balé Romeu e Julieta (1935). Em sua última viagem ao estrangeiro, Prokofiev visitou Hollywood, onde aprendeu técnicas do cinema sonoro. A experiência assim adquirida foi brilhantemente aplicada na trilha sonora que compôs para o filme Aleksander Nevski (1938), de Serguei Eisenstein, além de inúmeras outras obras.
No início da segunda guerra mundial, Prokofiev se envolveu num gigantesco projeto: a composição de uma ópera inspirada no romance Guerra e paz, de Lev Tolstoi. A primeira versão da ópera ficou pronta em 1942, mas as revisões posteriores consumiram mais de dez anos de trabalho. Nesse ínterim, Prokofiev compôs a trilha de Ivan o Terrível, filme de Eisenstein em dois segmentos.
Criticado pelo regime comunista por um suposto formalismo burguês, resistiu por certo tempo e acabou por retratar-se. Comprometido com projetos artísticos cada vez mais ambiciosos, Prokofiev assumiu um ritmo de trabalho excessivo que comprometeu sua saúde. Morreu subitamente em Moscou, de hemorragia cerebral, em 5 de março de 1953, e só em 1956 obteve o reconhecimento oficial das autoridades soviéticas, que lhe concederam em caráter póstumo o Prêmio Lenin pela sinfonia nº 7 (1951-1952). Mesmo assim, muitas de suas composições permaneceram excluídas do repertório oficial da Rússia comunista, sobretudo as obras escritas durante sua estada na Europa, qualificadas de cosmopolitas e oportunistas por seus conterrâneos.
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