| Com uma vasta produção que inclui 105 missas e 250 motetes, além de madrigais e outros gêneros profanos, Palestrina tornou-se o mais célebre compositor de música sacra do século XVI e marcou, com sua obra, a música polifônica do Renascimento e da Contra-Reforma.
Giovanni Pierluigi da Palestrina nasceu por volta de 1525 na localidade italiana que deu origem a seu sobrenome, próxima a Roma. Formou-se como cantor e organista na basílica de Santa Maria Maggiore, de Roma, e sua primeira ocupação foi a direção da escola de música da catedral de Palestrina. Ocupou o cargo até 1551, quando o papa Júlio III o chamou de volta à capital para dirigir o coro da capela Júlia, na basílica de São Pedro. Casou-se em 1547 com Lucrezia Gori e perdeu o cargo depois que Paulo IV proibiu aos homens casados servir nos coros pontifícios.
Palestrina passou então a dirigir o coro da igreja de São João de Latrão, onde seus esforços foram frustrados pela limitação dos cantores, tanto em número como em qualidade. Abandonou o trabalho e, após um ano sem emprego, aceitou novo cargo na igreja de Santa Maria Maggiore. Em 1566, os bispos e teólogos reunidos no Concílio de Trento pretenderam banir a música polifônica das igrejas, nas quais seria permitido apenas o cantochão, mas foram dissuadidos depois de ouvir a missa composta por Palestrina em homenagem ao papa Marcelo II. O compositor trabalhou durante quatro anos para o cardeal Ippolito d'Este e depois foi chamado à corte de Viena pelo imperador Maximiliano II. Preferiu, porém, permanecer em Roma e, em 1578, anulada a proibição ditada por Paulo IV, assumiu o cargo de mestre de música da basílica de São Pedro.
Durante as epidemias de 1570, Palestrina perdeu a esposa e os dois filhos mais velhos, ambos de promissor talento musical. Anunciou, na época, a intenção de se tornar padre, mas em 1581 se casou com Virginia Dormoli, rica dama romana. Em seus últimos anos, por encargo de Gregório XIII e em conjunto com o compositor Annibale Zoilo, se dedicou à reestruturação do cantochão, tradicional forma coral litúrgica. Palestrina morreu em Roma, em 2 de fevereiro de 1594.
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