Num ambiente dominado pela música ligeira, entre o
can-can e a opereta, Offenbach recriou com espírito satírico um material sonoro que colheu na vida mundana de Paris em meados do século XIX.
Jacob Offenbach, que logo adotou o nome francês Jacques, nasceu em 20 de junho de 1819 em Colônia, Alemanha, onde seu pai era cantor de sinagoga. Em 1833 começou a estudar violino e violoncelo no Conservatório de Paris e ingressou na orquestra da Opéra-Comique. Nomeado em 1849 diretor do Théâtre Français, alguns anos depois fundou o Teatro Bouffes-Parisiens, onde apresentou muitas de suas operetas, como Orphée aux enfers (1859; Orfeu no inferno), em que trata o tema mitológico com humor e irreverência.
Após alguns anos na Alemanha e Áustria, em 1864 regressou a Paris e compôs operetas logo famosas, como La Belle Hélène (1864; A bela Helena), La Vie parisienne (1866; A vida parisiense) e La Grande-Duchesse de Gérolstein (1867; A grã-duquesa de Gérolstein), obras de estilo fácil mas elegante, com agudo senso da caracterização e da sátira. Exemplo ainda mais brilhante é a Gaîté parisienne (Alegria parisiense), suíte que levou para os teatros a agitação festiva da música de cabaré e do
can-can.
De 1872 a 1876, Offenbach dirigiu o Théâtre de la Gaîté. Deixou incompleta sua única ópera séria, Les Contes d'Hoffmann, concluída por Ernest Guiraud, que lhe inseriu uma popular barcarola de uma ópera-balé do próprio Offenbach, Die Rheinnixen (1864; As ninfas do Reno). Encenada com grande êxito na Opéra-Comique, em 1881, é ópera de feição tradicional, mas notável pela verve romântica. Offenbach morreu em Paris um ano antes desse sucesso, em 5 de outubro de 1880.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. |