| Integrante do Grupo dos Seis, que na década de 1920 se propôs criar uma música autenticamente francesa, o compositor Darius Milhaud foi muito influenciado pelo politonalismo de Stravinski.
Darius Milhaud nasceu em Aix-en-Provence, em 4 de setembro de 1892. Estudou no Conservatório de Paris e, entre 1914 e 1918, foi secretário particular de Paul Claudel, então embaixador da França no Rio de Janeiro. De volta à França, deixou a marca da viagem ao Brasil em duas de suas melhores obras: o balé Le Boeuf sur le toit (1919; O boi no telhado), em que aproveita material folclórico latino-americano; e a suíte para piano Saudades do Brasil (1921; depois orquestrada), cujos movimentos têm como títulos nomes de bairros do Rio de Janeiro. Com a França ocupada pelos alemães, em 1940, Milhaud foi perseguido em razão de sua ascendência judaica e fugiu para os Estados Unidos, onde passou a lecionar no Mills College da Califórnia. Em 1947 voltou para Paris e assumiu uma cátedra no conservatório.
Entre as obras instrumentais de Milhaud destacam-se Musique de concert (1931), escrita para a orquestra sinfônica de Boston e por isso chamada de "sinfonia de Boston", e Concerto filarmônico (1932). Entre as obras vocais, merece menção Service pour le Sabbath (1947), talvez a única obra musical moderna escrita para a liturgia judaica. Também compôs para teatro, e duas de suas óperas mais famosas têm libreto de Claudel: Orestie (1924) e Christophe Colomb (1930). Autor de extraordinária fecundidade, deixou cerca de 400 obras que abrangem quase todos os gêneros e modernas técnicas musicais. Milhaud morreu em Genebra em 22 de junho de 1974.
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