Do ponto de vista histórico, o padre José Maurício foi o primeiro grande músico brasileiro e, em sua época, o mais notável compositor de música sacra do continente americano.
José Maurício Nunes Garcia nasceu no Rio de Janeiro RJ em 22 de setembro de 1767. Mulato e muito pobre, desde cedo revelou grande talento musical. Aos 16 anos, compôs sua primeira obra, a antífona Tota pulchra est Maria (1783), para flauta, coro e cordas. Com muito sacrifício, diplomou-se em humanidades e, em 1792, ordenou-se. Designado mestre-de-capela da sé e catedral do Rio de Janeiro em 1798, tornou-se logo pregador e em 1808 foi nomeado por D. João VI inspetor de música da capela real. A partir de então, compôs cerca de 200 peças, em sua maioria missas e novenas, que revelam a influência de Pergolesi, Haydn, Mozart e Beethoven.
Musicólogos brasileiros revivificaram algumas de suas composições, como a missa em si bemol maior (1801) e a Missa de réquiem (1816), mas sua vasta obra foi em grande parte perdida. Os manuscritos restantes pertencem à Biblioteca da Escola Nacional de Música do Rio de Janeiro ou estão dispersos por igrejas brasileiras. Entre suas composições mais prestigiadas incluem-se Credo, Novena de são Pedro apóstolo e Missa de santa Cecília. Vítima de prolongada doença, padre José Maurício morreu na mais extrema pobreza em 18 de maio de 1830, no Rio de Janeiro.
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