Confundida durante muito tempo com a música cigana, a autêntica música popular húngara teve em Zoltán Kodály, ao lado de Bartók, um de seus maiores estudiosos e codificadores.
Zoltán Kodály nasceu em Keckskemét em 16 de dezembro de 1882. Transferiu-se para a capital húngara, onde cursou a academia de música e a universidade. A partir de 1903, dedicou-se ao estudo da música popular de seu país. Conheceu Béla Bartók em 1906, com quem passou a colaborar nas pesquisas sobre o folclore musical dos Balcãs.
Resultou daí a publicação de numerosas canções populares comentadas. Os dois compositores registraram centenas dessas peças, com o auxílio de um dos primeiros modelos de gravador que apareceram na Europa. A morte de Bartók em 1945 não interrompeu as pesquisas de Kodály, que se afirmava também como compositor, sobretudo a partir de seu Psalmus Hungaricus, composto em 1923 para comemorar o 50º aniversário da unificação das cidades de Buda e Pest.
Seu quarteto nº 2, opus 10, de 1917, mostra a excepcional criatividade com que incorporou o folclore magiar. A habilidade no manejo das vozes fez de seu Te Deum, de 1936, uma das grandes obras no gênero. As pesquisas folclóricas de Kodály deram-lhe ainda o melhor da ópera cômica Háry János (1926), baseada em contos populares e de que extraiu uma suíte orquestral que é seu trabalho mais executado, de instrumentação brilhante e harmonia às vezes surpreendente. A sinfonia em dó maior, composta em 1961, foi das últimas obras importantes de Kodály, que morreu em Budapest em 6 de março de 1967.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. |