| O ressurgimento musical francês do século XIX teve seu principal artífice em Gounod, famoso pelas óperas e pela música religiosa, nas quais se manteve afastado do gosto italiano em voga. Dotado de forte senso melódico, tendeu, porém, para o sentimentalismo.
Charles-François Gounod nasceu em 17 de junho de 1818 em Paris. Iniciado na música pela mãe, entrou depois para o Conservatório de Paris e foi aluno do compositor Anton Reicha. Em 1839 obteve o Prêmio de Roma, por sua cantata Fernand, o que lhe permitiu seguir para a Itália. Ali interessou-se pela música antiga, especialmente a de Palestrina.
De volta a Paris, depois de passar por Viena e Leipzig, foi organista da igreja das Missões Estrangeiras. Embora tenha pensado em estudar teologia, decidiu finalmente dedicar-se à composição musical. Sua primeira ópera, Sapho, data de 1851. Nomeado, no ano seguinte, diretor do Orfeão de Paris, compôs a ópera La Nonne sanglante (1854; A monja sangrenta) e obteve fama com Faust (1859), segundo o texto de Goethe, ópera a que se seguiram outras como Mireille (1864) e Romeu e Julieta (1867).
Em 1870 foi para Londres, onde viveu por cinco anos e dirigiu o chamado Gounod's Choir. Buscou revitalizar o gosto musical francês frente à moda italiana e compôs os oratórios La Rédemption (1822; A redenção) e Mors et vita (1855; Morte e vida), além de várias peças de música religiosa, como Mess solennele à Sainte-Cécile (1855; Missa solene para santa Cecília) e Missa à memória de Joana d'Arc (1887). De suas peças de caráter religioso, a Ave Maria ou Meditação (sobre um tema de Bach, o prelúdio em dó maior, do Cravo bem temperado, livro I), é a mais popular. Morreu em Saint-Cloud, perto de Paris, em 18 de outubro de 1893.
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