| Alemão de nascimento, Gluck tomou por base de sua obra a música italiana, realizou-se sobretudo em Viena e encontrou pleno reconhecimento em Paris. Reformador e purificador da ópera, a que imprimiu a grandeza do teatro clássico, expressa um neoclassicismo de incomparável força dramática.
Christoph Willibald Gluck nasceu em Erasbach, no Alto Palatinado, em 2 de julho de 1714. Aos três anos mudou-se com a família para a Boêmia. Por pressão paterna, estudou na Universidade de Praga mas, dedicado à música, em 1736 foi para Viena. Graças a um príncipe lombardo, pôde viajar para Milão, onde estudou com Giovanni Battista Sammartini e entrou em contato com a ópera italiana.
Em 1741 Gluck estreou na ópera com Artaserse (Artaxerxes). Quatro anos depois, em Londres, conheceu Haendel e, de volta a Viena em 1749, começou a ser respeitado com Semiramide riconosciuta (1748; Semíramis reconhecida). Seu estilo característico, preocupado com a verdade dramática, só se observa, porém, a partir de L'innocenza giustificata, apresentada em Viena em 1755. Suas óperas cômicas francesas (gênero então muito apreciado em Viena) não foram bem-sucedidas e só em 1762 Gluck fez encenar a primeira de suas obras-primas, Orfeo ed Euridice.
Em Alceste (1767), a reforma que imprimiu à ópera se confirma e aprofunda: ao virtuosismo barroco dos cantores, prefere a paixão e a verdade dramática. Quando se transferiu para Paris, em 1773, o mestre consolidou essa realização com o neoclassicismo de Iphigénie en Aulide (1774), cuja abertura ficou célebre pela grandiosa síntese da ação operística. Talvez ainda mais alto, porém, é o nível alcançado por Iphigénie en Tauride (1779), de intensa religiosidade.
Protegido pela rainha Maria Antonieta, mas fortemente combatido pelos seguidores de seu rival italiano Niccolò Piccinni, Gluck viveu boa parte de seus últimos anos na corte de Versalhes e morreu em Viena, em 15 de novembro de 1787.
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