| Primeiro compositor russo a conquistar sucesso internacional, Glinka é reconhecido como fundador da escola nacionalista russa.
Mikhail Ivanovitch Glinka nasceu em Novospasskoie, Rússia, em 1º de junho de 1804. Sua formação musical foi bastante irregular. Só veio a sistematizá-la a partir de 1828, quando, por motivo de saúde, viajou para a Itália. Lá, durante três anos, amadureceu o antigo projeto de "compor em russo", isto é, criar uma autêntica música nacional russa. De passagem por Berlim, foi estimulado pelo exemplo de Weber, que criara uma ópera caracteristicamente alemã.
De volta à Rússia, em pouco tempo compôs e apresentou com sucesso a ópera Zizn te tsaria (1836; A vida pelo czar), cujo enredo se passa durante a guerra russo-polonesa de 1635. Os coros e danças autenticamente populares e o patriotismo do libreto marcaram o começo de uma escola musical genuinamente russa. Animado pelo sucesso, Glinka escreveu Ruslan i Ludmila (1842; Ruslan e Ludmila), baseada no poema homônimo de Puchkin e no orientalismo das regiões fronteiriças com a Ásia. Apesar do exotismo e da estrutura operística mais sólida, a obra foi menos aplaudida que A vida pelo czar, muitas vezes reapresentada na Rússia com o título de Ivan Sussanin.
Em 1844 Glinka viajou a Paris e logo à Espanha, onde permaneceu por dois anos em convívio com músicos populares. Frutos desse período são as peças sinfônicas Jota aragonesa (1845) e Una noche de verano en Madrid (1848).
Kamarinskaia, de 1848, foi considerada por Tchaikovski como fundamento da música sinfônica russa. Sua última composição notável foi a Polonaise festiva (1855), para o baile de coroação do czar Alexandre II. Glinka morreu em Berlim, em 15 de fevereiro de 1857.
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