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Frédéric Chopin (1810-1849)

Frédéric François Chopin nasceu em Zelazowa Wola, perto de Varsóvia, em 11 de fevereiro de 1810.
Morreu em Paris em 17 de outubro de 1849.

Músico polonês. Famoso por sua obra romântica, que valorizou e abriu novos horizontes para o piano.

 
        Compositor essencialmente pianístico, autor de prelúdios, noturnos, estudos e polonaises admirados no mundo inteiro, Chopin deu novos horizontes a seu instrumento e conferiu plena igualdade às mãos do intérprete, o que levou suas obras a adquirirem caráter pioneiro no colorido da harmonia moderna.

        Frédéric François Chopin (em polonês, Fryderyk Franciszek Chopin) nasceu em Zelazowa Wola, perto de Varsóvia, em 11 de fevereiro de 1810. Filho de um imigrante francês da Lorena e de uma polonesa de origem aristocrática, revelou cedo sua vocação musical, incentivada pela mãe, que era pianista. Menino prodígio, aos oito anos era executante perfeito e ensaiava as primeiras composições quando ainda aluno do Conservatório de Varsóvia. Em 1829 destacou-se como concertista em Viena.

        Em 1830 deixou a Polônia para uma viagem de estudos. Tomou conhecimento em Stuttgart do fracassado levante aristocrático-liberal, em Varsóvia, contra a opressão czarista, e encaminhou-se para Paris, onde se fixou desde 1831, sem mais voltar à Polônia. Em poucos meses conquistou a sociedade aristocrática e os círculos artísticos parisienses. Em 1836 conheceu a romancista George Sand, com quem manteve uma relação difícil, que se rompeu definitivamente em 1848. A revolução de 1848 forçou-o a deixar Paris por Londres. Sua saúde já debilitada pela tuberculose pulmonar não suportou o clima londrino e por isso regressou a Paris no mesmo ano, sem esperanças de cura da doença. Em seu último ano de vida demonstrou insatisfação com sua obra, chegando a destruir muitas páginas.

        Obra. A posição de Chopin na história da música é paradoxal. Artista de índole aristocrática, que executava suas composições em auditórios seletos, com raras aparições diante do grande público, criou uma obra exígua, de matizes delicados, mas conquistou enorme audiência popular. Após sua morte, Franz Liszt, seu amigo, previu que a posteridade teria um reconhecimento "menos frívolo" por sua arte que os contemporâneos.

        A verdade é que a obra de Chopin suscitou equívocos persistentes: a extrema facilidade melódica de algumas peças superou, no julgamento mais geral, a complexidade melódica e harmônica de outras, menos divulgadas. Desse ponto de vista pode-se falar na existência de um duplo Chopin, o do grande público, romântico cuja obra se confunde com a biografia sentimental, e o dos músicos, autor de obra originalíssima. A primeira singularidade de Chopin é o caráter quase atemporal de sua obra. Há nela, certamente, influências locais (música polonesa e folclore de sua terra) e históricas (o nacionalismo, influência dos contemporâneos etc.), mas não se pode falar, propriamente, numa evolução por etapas. Chopin era músico já realizado em seu estilo, ao chegar a Paris. A segunda singularidade é a escolha, ou imposição do temperamento criador, de um meio expressivo dominante, o piano: Chopin desconhece os grandes gêneros instrumentais, sendo, em geral, compositor de peças breves.

        Isso valeu sempre a acusação de ser Chopin compositor de escassos recursos formais. Sua obra não inclui, como a de outros românticos, música de câmara, à exceção de um trio op. 8, que não é freqüente no repertório. Apesar de suas sonatas, Chopin praticamente ignorou os recursos da sonata-forma do classicismo vienense. Mas, a par dessas limitações, outros valores existem em sua obra que compensam as falhas aparentes. Sobretudo uma compacta unidade de estilo, embora com diferenças marcadas de valor entre as peças, e o desenvolvimento de uma lógica própria da linguagem musical, quase fora do tempo.

        Entre as suas primeiras realizações estão os dois concertos para piano e orquestra, em si menor, op. 21, de 1829, e em fá menor, op. 11, de 1830. Compôs, mais tarde, 17 Lieder poloneses, sobre temas folclóricos de sua terra natal. Mas Chopin compreendeu que sua imaginação poética só precisava de um único meio de expressão para se expandir. Para o piano criou um estilo peculiar, de nervosa oscilação rítmica pelo uso insistente do tempo rubato.

        Em sua obra para piano solo há peças de difusa fantasia poética, peças de vibração passional, exercícios de desafio à técnica pianística e até, em algumas, mero virtuosismo, que se deve talvez à influência de seu próprio virtuosismo no teclado.

        Entre as coleções de peças breves de Chopin destacam-se os estudos op. 10 e os estudos op. 25. A influência mais nítida é a de Bach, seu músico preferido, e da melodia de Bellini. Trata-se de peças técnicas, com o propósito definido de resolver problemas do teclado. Nem por isso estão isentas de um indefinível halo poético, como o op. 10 no 3, em mi maior, ou da nota passional, como o op. 10 no 12, em dó menor, chamado Étude révolutionaire. A segunda coleção, op. 25, reflete um amadurecimento técnico maior, com invenções harmônicas mais complexas. Outra coleção valiosa são os prelúdios op. 28 (1839), mais breves, mais esboçados, embora alguns sejam tão elaborados quanto os estudos. Dos noturnos há diversas coleções (op. 9, 15, 27, 48, 62). São peças etéreas, muito menos definidas. Assim como as valsas, de várias fases, são naturalmente mais fáceis, mais ligeiras.

        Entre as peças de caráter nacionalista estão as mazurcas e as polonaises, entre as quais se destaca a Polonaise militaire op. 40. São obras de ritmos eslavos, embora afrancesados. Mais íntimas são as baladas, que estão também entre as peças mais extensas. São quatro obras, escritas entre 1830 e 1843, das quais a última, a no 4, em fá menor, está entre as maiores obras de Chopin. Também quatro são os scherzi (1830-1843), nos quais nada transparece do romantismo melancólico: são peças cáusticas, de elaboração difícil, que muito exigem dos intérpretes.

        Finalmente é preciso citar, entre as peças isoladas de Chopin, a barcarola em fá sustenido maior, op. 60, de 1846, que pode ser considerada o maior dos noturnos de Chopin, e a grande fantasia em fá menor, op. 49, que alguns viram como sua obra-prima, só rivalizando com esta a maior de suas três sonatas, a sonata em si bemol menor, op. 35, que inclui uma das mais famosas marchas fúnebres da história da música.

        Essas obras são os títulos máximos de Chopin. Mas são as únicas, numa obra breve e singular, que contribuíram para o enriquecimento da linguagem musical. Sem Chopin, grande parte da literatura pianística posterior (Schumann, Debussy, Ravel) não seria explicável. Seus arabescos cromáticos e explorações harmônicas foram decisivos. Chopin morreu em Paris em 17 de outubro de 1849.

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