| A vontade permanente de experimentar, combinada com a rejeição da grandiloqüência da ópera do século XIX, deu excelentes resultados na obra do inglês Britten.
Edward Benjamin Britten nasceu em Lowestoft, Suffolk, em 22 de novembro de 1913. Estudou no Royal College of Music e conquistou fama internacional com as Variações sobre um tema de Frank Bridge, para cordas, executadas no festival de Salzburgo em 1937. Em 1941 apresentou nos Estados Unidos a opereta Paul Bunyan. De volta à Inglaterra concluiu a ópera Peter Grimes, que, estreada em 1945, colocou-o na primeira linha dos compositores modernos. Radicou-se em Suffolk, onde fundou o English Opera Group, do qual nasceu o festival de Aldeburgh.
Em todas as suas óperas Britten se esforça para ir além do convencional. Entre outras, escreveu: The Rape of Lucretia (1946; O rapto de Lucrécia), baseada em Shakespeare; Billy Budd (1951), baseada em Herman Melville; Gloriana (1953), para a coroação da rainha Elizabeth II; e The Turn of the Screw (1954; A volta do parafuso), baseada em Henry James.
Duas fontes importantes para Britten foram o teatro medieval e a música oriental. O primeiro transparece em Noye's Fludde (1957; O dilúvio de Noé). A influência oriental manifesta-se no balé The Prince of the Pagodas (1957; O príncipe dos pagodes). As duas correntes se uniram em Curlew River (1964; O rio Curlew) e em The Prodigal Son (1968; O filho pródigo), que deram novo rumo a sua concepção de música para o palco.
Malgrado o interesse de suas óperas, seus trabalhos instrumentais não podem ser postos em segundo plano. O mais importante é a sinfonia em ré para violoncelo e orquestra (1963). Destacam-se também as canções, as cantatas e as obras corais, como o War Requiem (Réquiem de guerra), composto em 1961 e apresentado em 1962.
Britten escreveu em 1971 Owen Wingrave, primeira ópera especificamente destinada à televisão, e uma de suas últimas obras foi Death in Venice (1973; A morte em Veneza), baseada em Thomas Mann. Morreu em Aldeburgh, Suffolk, em 4 de dezembro de 1976.
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