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Johannes Brahms (1833-1897)

Nasceu em 7 de maio de 1833 em Hamburgo, na Alemanha.
Morreu em 3 de abril de 1897 em Viena, na Austria.

Músico alemão. Compositor romântico, liderou a defesa da tradição da música absoluta contra a música programática.

 
       Se a força que irrompe de sua música, fruto de uma rica vida interior, confere a Brahms o título de romântico, o respeito às formas tradicionais e a correta ordenação de idéias fazem dele um clássico. Síntese de duas tendências criadoras, a obra de Brahms constitui em si mesma um ponto culminante da música universal.

       Johannes Brahms nasceu em 7 de maio de 1833 em Hamburgo, na Alemanha. Ainda jovem começou a tocar piano em bares de sua cidade, para ajudar o pai, contrabaixista de orquestras populares. Sua vida mudou radicalmente aos vinte anos, quando recebeu convite do violinista húngaro Eduard Reményi para uma série de concertos por várias cidades alemãs. Em Hannover, suas interpretações chamaram a atenção do violinista Joseph Joachim, que o apresentou a Liszt. Pouco depois conheceu Schumann, cujos elogios transformaram o jovem músico numa figura importante no panorama musical alemão. Iniciava-se nessa época uma intensa polêmica entre a escola neo-alemã, cujos expoentes eram Liszt e Wagner, e a escola conservadora, cujo paradigma era Schumann.

       Entre 1857 e 1860, Brahms fez parte da corte do príncipe Lippe-Detmold, como maestro e diretor do coral. No ano seguinte voltou para Hamburgo, onde dirigiu um coro feminino. Datam dessa época suas primeiras obras importantes, como o concerto nº 1 em ré menor, para piano e orquestra (1854); duas serenatas para orquestra (1857-1860); e o sexteto em si bemol maior para dois violinos, duas violas e dois violoncelos (1860).

       Em 1863 Brahms mudou-se para Viena, onde foi diretor da Academia de Canto e da Sociedade dos Amigos da Música. Aí residiu até o resto de sua vida, com exceção de breves férias na Itália, Suíça e Floresta Negra. O período vienense é, portanto, o de sua maturidade artística, durante o qual pôde dedicar-se à composição orquestral. Inspirada pela morte de sua mãe, a peça Ein deutsches Requiem (1868; Um réquiem alemão), para soprano, barítono, coro e orquestra, obteve sucesso retumbante e consagrou-o como um dos compositores mais respeitados da Europa. Seus admiradores atribuíram-lhe a liderança da corrente conservadora, que pretendia defender os verdadeiros valores musicais contra as experiências inovadoras de compositores como Wagner.

       Depois do sucesso de variações sobre um tema de Haydn (1873), obra reveladora de seu pleno domínio dos recursos orquestrais, Brahms dedicou-se ao gênero sinfônico, com suas sinfonia nº 1 em dó menor (1862-1876), sinfonia nº 2 em ré maior (1877), sinfonia nº 3 em fá maior (1883) e sinfonia no 4 em mi menor (1885). Com essas quatro obras alcançou a excelência que tanto admirava nos grandes criadores da sinfonia tradicional.

       Tido por muitos como "um segundo Beethoven", Brahms fez jus ao epíteto, comportando-se diante do público como seu antecessor, muitas vezes irritadiço e mal-humorado, admitindo apenas a visita dos amigos mais chegados e vivendo uma vida reclusa de solteirão. Essa introversão marcou fortemente o tom de sua obra e o distanciou dos demais compositores da época, como Tchaikovski, Wagner e Liszt, que buscavam abrir novos caminhos musicais e abandonar as formas tradicionais. Mas apesar de apoiar suas composições nas estruturas consagradas por Bach, Mozart e Beethoven, Brahms associou a elas um colorido melódico apaixonado, que tinha muito mais afinidade com o sentimento romântico dominante. É nesse contraste que reside a novidade expressiva de suas composições e a particularidade de seu estilo.

       Brahms foi um dos últimos compositores que deixaram uma obra imensa, pois cultivou praticamente todos os gêneros, com exceção apenas da música sacra e da ópera. Partidário ortodoxo da música absoluta, manteve-se dentro dos limites do desenvolvimento temático de Beethoven, e foi por isso acusado de excessivo formalismo e de incapacidade de exprimir emoções mais fortes. Na verdade, ele foi um romântico que submeteu sua emoção ao rigor das formas severas do classicismo vienense, do qual é sem dúvida o último grande representante.

       Obras para orquestra. Das quatro sinfonias de Brahms, nenhuma se aproxima mais do estilo de Beethoven que a nº 1, que chegou a ser chamada de "a décima sinfonia de Beethoven". Trata-se de uma peça de grandes proporções, escrita em estilo sóbrio porém vigoroso, principalmente o primeiro movimento, que é imponente, e o quarto, de tom heróico. A sinfonia nº 2 é mais tranqüila, apesar de seu final, orquestrado com o máximo brilho. Já a sinfonia nº 3 é lírica do princípio ao fim e transmite uma agradável impressão de placidez. Na sinfonia nº 4, o autor retoma o tom grandiloqüente da primeira.

       Já os concertos de Brahms figuram entre as maiores e mais nobres criações do autor, sobretudo o concerto para violino, opus 77, em que a orquestra desenvolve uma corrente harmônica, entremeada de solos de violino de fina sutileza. O concerto duplo é outra notável realização de Brahms na área orquestral. Dentre as obras orquestrais mais curtas figuram as Danças húngaras, certamente a parte mais conhecida de sua obra, divulgada em arranjos de todo tipo.
Obras para piano e de câmara. É grande e variado o conjunto dessas peças, compreendendo sonatas, variações, baladas, rapsódias e prelúdios. As variações e fuga sobre um tema de Haendel, opus 24 é sua obra-prima para piano e constitui uma homenagem tanto ao instrumento quanto ao compositor, que ele venerava tanto quanto o próprio Beethoven. Do imenso acervo de obras de câmara, ressalta-se o quinteto para clarineta e cordas opus 115.

       Obras vocais. Brahms escreveu prolificamente para quase todos os tipos de combinação vocal, desde cançonetas singelas a obras corais de grande porte. Após um longo período de relativo esquecimento, a obra para canto de Brahms acha-se hoje bastante difundida e é objeto de muitas gravações. No gênero vocal sua maior obra é Um réquiem alemão.
Consagrado pela crítica musical como uma das figuras exponenciais da música universal, junto com Bach e Beethoven, Brahms viveu a glória da aclamação pública em Viena, onde faleceu em 3 de abril de 1897, poucos dias após ter recebido uma intensa homenagem popular.

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