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Hector Berlioz (1803-1869)

Nasceu em La Côte-Saint-André, em 11 de dezembro de 1803.
Morreu em Paris em 8 de março de 1869.

Músico francês. Compositor, revolucionou as técnicas orquestrais e criou a música de programa.

 
       O fascínio pela monumentalidade levou Berlioz, um romântico autêntico, a revolucionar a técnica orquestral. Ao substituir o desenvolvimento da lógica interna das idéias musicais, à maneira de Haydn e Beethoven, pela submissão a um programa literário, ele foi também o criador da música de programa.

       Louis-Hector Berlioz nasceu em La Côte-Saint-André, perto de Grenoble, em 11 de dezembro de 1803. Desde cedo revelou pendor para a música, mas a família o mandou para Paris, aos 18 anos, para que se formasse, como o pai, em medicina. Atraído pelo movimento artístico da metrópole, não tardou em trocar a universidade pelo conservatório. Depois de várias tentativas infrutíferas, Berlioz conquistou em 1830 o importante Prêmio de Roma, com a cantata Sardanapale, que ficou inacabada. No mesmo ano compôs sua obra mais conhecida, a Symphonie fantastique (Sinfonia fantástica), expressão juvenil e retumbante de seu amor pela atriz irlandesa Harriet Smithson. Três anos depois estavam casados, mas profundamente infelizes.

       Berlioz tardou a impor sua arte e a pobreza o perseguiu até os últimos dias. O ambiente de Paris lhe era em tudo adverso: a música sinfônica e instrumental via-se inteiramente desprezada, em benefício de uma voga de óperas medíocres. Para sobreviver, o compositor tornou-se crítico musical e colaborou em órgãos como o Courrier de l'Europe e o Journal des Débats. De 1840 em diante, viajou como regente de orquestra. Como compensação pelas dificuldades que enfrentava, recebeu então o estímulo de um reconhecimento entusiástico por parte de Paganini. Data dessa época sua paixão pela cantora Maria Recio, com quem se casaria em 1854, após a morte da primeira mulher.

       Em 1852 Liszt organizou em Weimar uma Semana Berlioz, cujo êxito não chegou a equilibrar a situação material do compositor: seus últimos anos de vida foram os mais sofridos e amargos, muito embora tenha tido sucesso numa viagem à Rússia, em 1867, quando deu uma série de concertos em Moscou e conheceu o gênio de Mussorgski.

       A riqueza das combinações instrumentais já se fazem sentir na Symphonie fantastique, obra vigorosa e cativante. Mas a admirável orquestração de Berlioz, que faz de seu réquiem Messe des morts (1837; Missa dos mortos) a mais aparatosa música fúnebre já composta, chegou ao ponto mais alto com Roméo et Juliette (1839), sinfonia dramática dedicada a Paganini, que lhe encomendara alguns anos antes a sinfonia Harold en Italie (1834), pitoresca viagem musical pela paisagem italiana e até hoje uma das obras mais executadas do compositor.

       A melodramaticidade dos programas de Berlioz foi redimida por sua indiscutível inventividade melódica. Essa última característica fez de La Damnation de Faust (1846; A danação de Fausto), cantata cênica baseada livremente na obra de Goethe, uma de suas melhores criações, assim como infundiu uma beleza serena ao oratório L'Enfance du Christ (1850-1854; A infância do Cristo).

       Em suas últimas composições, Berlioz superou os transbordamentos românticos peculiares às outras fases, conseguindo dar à ópera Les Troyens (1856-1859; Os troianos) um sabor virgilianamente clássico. A teatralidade, tanto no plano criativo como no biográfico, teve um peso excessivo no desempenho do compositor, mas não o impediu de marcar com uma influência especial a música do século XIX.

       De suas demais composições, cabe mencionar as aberturas Le Roi Léar (1831; O rei Lear) e Le Carnaval romain (1844; O carnaval romano), a Symphonie funèbre et triomphale (1840; Sinfonia fúnebre e triunfal) e a ópera Benvenuto Cellini (1834-1838). Em sua produção literária, destacam-se o Grand traité de l'instrumentation et d'orchestration modernes (1844; Grande tratado de instrumentação e de orquestração modernas), Les Soirées de l'orchestre (1852; As noites de orquestra) e Les Grotesques de la musique (1859; Os grotescos da música).

       Hector Berlioz morreu em Paris em 8 de março de 1869.

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