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Sonata

 
       Composição musical em forma ternária construída sobre dois temas, segundo regras harmônicas específicas. Atingiu o auge no final do século XVIII.

       Originalmente o termo italiano sonata significou "peça tocada em instrumento", em oposição a cantata, "peça cantada". A partir do século XVIII, compreendeu-se por sonata uma modalidade musical da qual Beethoven foi o grande mestre.

       Sonata é uma peça musical, para um ou mais instrumentos, que em geral consta de três ou quatro movimentos contrastados rítmica e emocionalmente mas relacionados quanto à tonalidade. Um dos movimentos da sonata é composto na chamada forma sonata, conjunto de regras composicionais que obedecem a uma estrutura ternária: exposição, desenvolvimento e reexposição de dois temas musicais contrastantes, segundo regras harmônicas específicas. A forma sonata é encontrada também num dos movimentos das sinfonias clássicas, em quartetos de cordas e outras peças de câmara.

       Até a metade do século XVIII, os trechos de música instrumental sempre giravam em torno de um tema único (variações, rondós etc.). Na forma sonata há, porém, dois temas de caráter contrastante, que aparecem em tonalidades diferentes. Daí seu aspecto dramático, que Beethoven definiu como "luta entre dois princípios". A parte que apresenta os temas chama-se exposição; a seguinte é o desenvolvimento, no qual os temas percorrem diversas tonalidades; enquanto na reexposição volta-se à tonalidade inicial.

       Sonata como gênero musical. Historicamente, a sonata procede do motete e do madrigal italianos do fim do século XVI, quando essas obras passaram a admitir acompanhamento instrumental. No século XVII, o termo designou diversos tipos de composição e se confundiu com prelúdio, intata, canzona, abertura, suíte etc. Com Corelli e Purcell, afirmou-se a forma ternária. O primeiro a empregar dois temas de maneira sistemática foi Carl Philipp Emanuel Bach, embora o bitematismo já esteja nitidamente presente nas sonatas de Domenico Scarlatti e de Jean-Marie Leclair o Velho e nos trios de Pergolesi.

       Sonata clássica. No final do século XVIII, a sonata deixou de ser composta exclusivamente para instrumentos de arco e passou ao repertório do cravo e, mais tarde, ao do piano. Seus mestres nesse período foram Haydn, Mozart, Clementi e, sobretudo, Beethoven. Este conduziu a forma a seu apogeu, elevando de três para quatro o número de andamentos e introduzindo uma variadíssima gama de elementos técnicos em suas 32 sonatas para piano.

       Sonata romântica. No romantismo, as regras estritas da sonata já não interessavam tanto aos compositores. Weber e Schubert ainda se mantiveram fiéis herdeiros de Beethoven, mas, a partir de Liszt, o gênero tendeu à liberdade da música de programa, impregnada de sugestões poéticas. Schumann e Chopin sentiam-se mais à vontade em formas de sua própria criação. A importância da sonata declinou até o final do século XIX, quando reviveu com Brahms e César Franck. Em suas obras da maturidade, Brahms aliou, à solidez da forma clássica, os ímpetos de fantasia típicos do século XIX.

       Sonata contemporânea. No século XX, o uso do termo sonata tornou-se tão impreciso como fora durante o Renascimento. Sonatas pianísticas foram compostas com referência explícita à obra de Beethoven, como as de Pierre Boulez, mas a forma e a instrumentação receberam tratamento livre. A força do contraste harmônico com clara resolução final, característica da forma sonata clássica, não encontrou substituto no novo contexto de questionamento do tonalismo que caracterizou a música a partir de Wagner, no final do século XIX.

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