| Forma musical, composta em geral para diversas vozes e pequena orquestra, que combina elementos da ópera, cantata e oratório. Típica das comemorações cortesãs do século XVIII.
A etimologia italiana do vocábulo "serenata" -- "música da tarde" -- resume as características desse gênero musical de espírito ligeiro, originalmente apresentado como entretenimento nas recepções vespertinas dos salões palacianos.
Serenata é uma forma musical composta, em geral, para voz e conjunto orquestral. Própria das celebrações cortesãs do século XVIII, combinava traços da ópera, da cantata e do oratório ou drama sacro-musical, embora não tivesse a duração e complexidade desses modelos. Representada em cenário modesto, consistia numa peça para pequena orquestra e vários cantores. O argumento das serenatas, de caráter alegórico, se extraía quase sempre de passagens mitológicas, utilizadas com freqüência na comemoração de acontecimentos ligados à realeza. Original da Itália, essa forma musical alcançou o auge nas cortes européias, sobretudo na do imperador germânico em Viena.
Entre os primeiros compositores de serenata está Alessandro Stradella, autor de Qual prodigio è ch'io miri (1675; Que eu veja é um grande prodígio), seguido por Alessandro Scarlatti. Fora da Itália, sobressaíram as obras de Haendel, alemão radicado em Londres, que escreveu um dos exemplos mais representativos do gênero, a serenata pastoral Acis and Galatea (1718; Acis e Galatéia). No final do século XVIII, a serenata derivou para formas puramente instrumentais, a meio caminho entre a suíte e a sinfonia -- das quais constitui um brilhante paradigma Eine kleine Nachtmusik (Uma pequena serenata), de Mozart -- e, assim como as demais peças galantes próprias da vida cortesã, decaiu durante o século XIX, época de vertiginosas transformações na sociedade européia, que teve eco nas artes e em todas as manifestações culturais.
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