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Réquiem

 
       Variedade de missa católica em que se pede pelo descanso eterno das almas dos mortos.

       "Requiem aeternam dona eis, Domine..." (Dá-lhes o eterno repouso, Senhor...). A primeira palavra do intróito em latim da missa dos mortos é requiem ("repouso"), o que deu origem à expressão "missa de réquiem".

       Réquiem é uma missa católica na qual se pede pelo descanso eterno das almas dos mortos. Sua estrutura é essencialmente a mesma das outras missas e o próprio da missa -- constituído pelas partes variáveis -- focaliza as circunstâncias especiais referidas no texto da missa fúnebre. Há, porém, algumas modificações: não se cantam o Gloria e o Credo; após o Tractus é executada (hoje facultativamente) a grande seqüência Dies irae, dies illa sobre texto atribuído ao franciscano Tomás de Celano, do século XIII; em certas ocasiões, depois da missa, segue-se a "encomendação", denominada "última encomendação e despedida" pela reforma litúrgica, com o texto Libera me. Antes da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, a estrutura musical seguia o texto latino do ordinário da missa (Kyrie, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei) e o do próprio da missa (Sequentia, Offertorium, Communio e Absolutio).

       Os textos antigos apresentavam caráter sugestivo e dramático, ao evocar valores extremos, tais como vida e morte, céu e inferno, absolvição e condenação. Também se prestavam a uma interpretação musical cheia de movimentos e contrastes. Na liturgia nova, porém, minimizou-se esse caráter dramático e se passou a enfatizar mais a esperança na misericórdia divina.

       Os mestres da polifonia vocal do século XVI escreveram réquiens notáveis, mas as missas de réquiem com acompanhamento instrumental surgiram depois de 1650. Os grandes mestres da música deixaram obras memoráveis no gênero. No século XVIII, Mozart deixou inacabado um trabalho que une o contraponto barroco à harmonia clássica. O réquiem grandioso e solene de Berlioz abriu nova era, seguido pelos de Liszt e de Bruckner. O de Verdi exige solistas de largos recursos técnicos e vocais e é a mais dramática das obras do gênero. Brahms, em Ein deutsches Requiem (Um réquiem alemão), fez uma cantata fúnebre sobre textos, em alemão, escolhidos na Bíblia pelo compositor. O réquiem de Fauré procura consolar. No War Requiem (Réquiem de guerra), Britten intercalou textos em latim da missa de defuntos com um poema de Wilfred Owen, cantado em inglês.

       No Brasil do início do século XIX, o padre José Maurício escreveu réquiens, ofícios e responsórios fúnebres, e Henrique Oswald, no século XX, deixou uma missa de réquiem para quatro vozes mistas a capela.

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