Prelúdio

       Com a intenção de impor silêncio e conquistar a atenção do público, os primeiros virtuoses do piano costumavam fazer uma breve improvisação antes dar início ao programa do concerto, o que deu origem aos prelúdios.

       Prelúdio é um movimento musical introdutório, em geral breve, ou uma peça independente que apresenta outra mais importante ou abre um serviço religioso. Pode preceder um ato de uma ópera, e até o primeiro ato, desde que não seja tão longo que constitua uma ouverture. Wagner chamou "prelúdio" ao movimento inicial de sua obra Die Meistersinger von Nürnberg (1868; Os mestres cantores de Nuremberg) que é, na verdade, uma ouverture plenamente desenvolvida. Na música de câmara, porém, o prelúdio é normalmente conciso. O termo prelúdio se aplica ainda a composições que não cumprem função introdutória e cuja definição, um tanto imprecisa, se baseia na liberdade de estilo e na brevidade da execução. Raramente os prelúdios têm título.

       Como forma musical, o prelúdio foi inicialmente uma fantasia introdutória de qualquer peça mais elaborada, como a fuga. Bach deu a seus prelúdios um caráter variado: alguns são como danças, outros se assemelham a árias, tocatas e invenções. Foi ele quem usou a forma com maior desenvoltura e criatividade: suas suítes ditas "inglesas" têm prelúdios; as francesas não têm. Os prelúdios aos hinos são de tipo muito particular, mas os do Cravo bem temperado não obedecem a qualquer cânon rígido.

       Os prelúdios de Chopin são peças autônomas e completas, que variam amplamente de caráter e podem até hoje ser usadas com a função original do gênero, de facilitar a concentração da platéia para obras mais complexas. Talvez tenha sido esse o propósito explícito do autor, que compôs prelúdios em todas as tonalidades, nos modos maior e menor, mas que são, de hábito, apresentados agrupadamente. No século XX, o prelúdio deixou de constituir gênero distinto, embora não tenha de todo desaparecido.

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