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Música Eletrônica

 
       Designação genérica das composições produzidas por instrumentos eletrônicos, cuja estética aproveita elementos próprios desses instrumentos, como a repetição maquinal de células rítmicas e o uso de timbres artificiais.

       Diante de uma roda pintada com faixas de todas as cores, o olho humano não enxerga nenhuma em particular, mas apenas o branco, que é a mescla de todas elas. Analogamente, o chamado ruído branco reúne todas as freqüências de som possíveis. Filtrado por meio de correntes elétricas, dá origem a sons "artificiais" ou sintetizados, utilizados em música eletrônica.

       Música eletrônica é aquela que utiliza como elementos da composição sons produzidos ou modificados por aparelhos eletrônicos. Uma melodia não se transforma em música eletrônica apenas pelo uso de instrumentos desse tipo. Para isso, é preciso que os recursos próprios a essa linguagem (tais como determinados timbres e outros efeitos não reproduzíveis acusticamente) sejam incorporados à obra.

       Som eletrônico. As ondas radioeletrônicas, cuja sonoridade difere muito da dos instrumentos acústicos comuns, não se produzem por choque ou atrito, mas por meio de correntes elétricas. As técnicas associadas a esse tipo de música utilizam aparelhos próprios a um laboratório computadorizado de física acústica, como microfones, para captação de sons "naturais" a serem posteriormente modificados; gravadores, para registro da matéria-prima sonora e muitas vezes do produto final a ser apresentado; sintetizadores, que geram sons através de filtros de freqüência; samplers, capazes de armazenar sons acústicos eletronicamente, ou seja, sem o auxílio de fita magnética; seqüenciadores, que registram seqüências de sons a partir de informações lógicas e matemáticas; simuladores de ambiente etc.

       A partir de meados do século XX, a música eletrônica utilizou como fonte sonora tanto instrumentos acústicos tradicionais, cujos sons são eletronicamente registrados para posterior manipulação, como instrumentos amplificados por corrente, como guitarras e pianos elétricos, além dos instrumentos eletrônicos propriamente ditos. Além disso, qualquer material sonoro, como sons do quotidiano, produzidos por máquinas, animais e outros, pode ser incorporado. A música que utiliza primordialmente sons "reais" pré-gravados é conhecida como eletroacústica e pode ser realizada também por meio de aparelhos de gravação tradicionais, sem o recurso à tecnologia eletrônica.

       História. O primeiro invento diretamente relacionado à música eletrônica foi o Telharmonium, instrumento de duzentas toneladas construído nos Estados Unidos em 1906. Outros de menor porte, sobretudo órgãos, surgiram nas décadas de 1920 e 1930. As manipulações sonoras foram facilitadas pela invenção dos gravadores de fita magnética, na década de 1950. Seu uso, no entanto, apresenta problemas técnicos que tornam a gravação perecível. Como meios de registro mais confiáveis surgiram, em primeiro lugar, os sintetizadores, que de início funcionavam à base de cartões perfurados.

       Em meados do século XX, dois grupos utilizaram simultaneamente em música as novas tecnologias. Em Paris, Pierre Schaeffer trabalhou, por um processo de colagem, sons gravados em fita magnética e obteve um resultado conhecido como música concreta. Em Colônia, Karlheinz Stockhausen utilizou sons gerados pelos próprios aparelhos, criando a música eletrônica propriamente dita. Ambos influenciaram a experimentação musical posterior, que se desdobrou em uma multiplicidade de métodos e concepções estéticas designadas genericamente como música eletroacústica. O avanço da radiodifusão a partir da segunda guerra mundial propiciou o desenvolvimento dessa nova produção.

       Paralelamente, o uso industrial dos aparelhos eletrônicos criou gêneros específicos de música comercial. A eletrônica diminuiu os custos e prazos da produção de discos, mediante a freqüente substituição de instrumentistas por aparelhos, o uso de instalações arquitetonicamente muito menores e mais simples do que as requeridas para o registro do som acústico, e a possibilidade de manipular o som gravado posteriormente, para corrigir eventuais imperfeições. Assim, a música gravada afastou-se bastante do resultado obtido em apresentações ao vivo, o que por sua vez modificou a dinâmica dos espetáculos, que passaram a também requerer a participação da eletrônica para corresponder ao que fora veiculado em disco. A partir das últimas décadas do século XX, os computadores digitais -- versáteis, precisos e menos dispendiosos -- converteram-se no principal recurso tecnológico utilizado para composição, performance e registro.

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