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Modulação

 
       Termo que designa a passagem de uma tonalidade para outra num trecho musical. Em geral, é realizada mediante o emprego de acordes de passagem, que enfraquecem o centro tonal original e conduzem ao estabelecimento de um novo.

       Até o final do século XVIII, a modulação obedecia a regras claras e lógicas. A partir do romantismo, os padrões harmônicos tradicionais foram sistematicamente postos em questão.

       Modulação é a passagem de uma tonalidade a outra no decorrer de um trecho musical, o que significa que a nota que funcionava como centro tonal da composição perde importância em favor de outra. É freqüente, no processo, o emprego de um ou mais acordes ditos de passagem ou transição.

       Na harmonia clássica, existem três procedimentos principais de modulação: diatônico, em que o acorde de transição é comum à antiga e à nova tonalidade; cromático, no qual um acorde é seguido por outro em que algumas notas foram alteradas por sustenidos ou bemóis; e enarmônico, em que o nome e a notação do acorde se modificam, mas não seu som (por exemplo, dó sustenido-mi sustenido-sol sustenido passam a ré-bemol-fá-lá bemol), o que denota grande transformação no desenvolvimento harmônico da obra.

       Os compositores pouco usaram a modulação até o século XVI. Só com o sistema de afinação de temperamento igual, o recurso se desenvolveu, até ganhar forte expressividade. No início do século XVIII, as regras para seu uso já estavam fixadas em um sistema lógico e coerente que vigorou até o final do classicismo. No romantismo, o estabelecimento inequívoco da tonalidade foi abalado pelo uso crescente de notas cromáticas -- fora da escala original utilizada -- e os cânones clássicos deram lugar ao gosto pelo inesperado ou ambíguo.

       Beethoven utilizou resoluções harmônicas surpreendentes e Schubert desviou-se propositalmente das modulações previsíveis, tendência que Wagner levou às últimas conseqüências. Embora seus conceitos não tenham sido universalmente aceitos, a diluição de sentido sofrida pela tonalidade teve importância crescente na música ocidental a partir de então e se refletiu em movimentos como o impressionismo de Debussy e o politonalismo do grupo dos seis, de Bartók e Stravinski. No início do século XX, Schoenberg criou o atonalismo e, depois, o dodecafonismo, sistemas de composição nos quais a música não tem centro tonal e, portanto, o próprio conceito de modulação perde o sentido.

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