| Gênero de canção, em geral de caráter sentimental e amoroso, inspirado nas modas portuguesas. Chegou ao Brasil no século XVIII.
Cultivada no Brasil como gênero musical refinado, a modinha esteve ligada à produção poética de estilo clássico. Foi como gênero popular, no entanto, que fixou traços nativos e influenciou a obra de compositores eruditos como Villa-Lobos.
A modinha brasileira, canção de caráter geralmente sentimental e dolente, deriva das modas portuguesas, influenciadas pela ópera italiana e chegadas ao Brasil na segunda metade do século XVIII. O gênero é atribuído ao padre carioca Domingos Caldas Barbosa, compositor autodidata, que usou a viola ao invés do cravo e do piano habituais. Chamou suas composições de cantigas e evitou o termo "moda", usado pelos músicos eruditos, mas usou eventualmente o diminutivo modinha, que veio a se consagrar. Famoso na Europa a partir de 1775, o mulato Caldas Barbosa teve sua presença na corte duramente atacada pelos artistas portugueses da época.
Entre os séculos XVIII e XIX, a modinha brasileira prevaleceu sobre a portuguesa, que havia permanecido restrita aos salões. No segundo reinado foram musicadas obras de grandes poetas brasileiros, como Gonçalves Dias, Castro Alves e outros. A partir de meados do século XIX, a parte musical também acentuou seus traços brasileiros: perdeu o caráter brejeiro, sofreu modificações melódicas e harmônicas e passou a ter compasso ternário. O piano, ainda usado nos salões, foi substituído pelo violão. No século XX, juntamente com o lundu, a modinha conquistou o centro do Rio de Janeiro. Na década de 1930, já apresentava vasto repertório, em que se destacavam as composições de Catulo da Paixão Cearense e Eduardo das Neves. Da fusão da modinha e do lundu surgiram as melodias, ritmos e cadências da música popular brasileira.
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