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Missa

 
       Gênero de composição originalmente concebido para uso litúrgico, dividido em partes que correspondem às do texto da missa católica.

       Bach, Mozart e Beethoven compuseram missas que, embora inadequadas à liturgia, se incluem entre as maiores obras-primas da música de todos os tempos.

       Missa é um gênero de composição musical originalmente concebido para uso litúrgico e que, por isso, se apresenta dividido em partes que correspondem às do texto da missa católica, como o Kyrie, o Gloria, o Credo, o Sanctus, o Benedictus e o Agnus Dei. Mais antiga das grandes formas da música ocidental, em seu desenvolvimento o texto sacro pode ser interpretado por vozes a capela ou com o acompanhamento de órgão e de outros instrumentos.

       A missa fúnebre recebe a denominação de réquiem e distingue-se das demais pela substituição do Gloria pelo Dies irae e pelo acréscimo de outros trechos do texto litúrgico, entre os quais o Libera, que marca o término. Durante muito tempo predominou a polifonia vocal na música sacra, e as missas se executavam a capela, mas alguns especialistas acreditam que as obras compostas pelos mestres flamengos do século XV eram acompanhadas por órgão.

       Tudo indica que o criador do gênero foi Guillaume de Machaut, no século XIV. A partir de então e até o início do século XIX, todos os grandes compositores escreveram missas com a mesma freqüência com que, no período posterior, se compuseram sinfonias. Entre os mais importantes autores do gênero distinguem-se Josquin des Prés, com obras como as missas Pange lingua e L'Homme armé; Palestrina, que compôs, entre outras peças, Papae Marcelli, Assumpta est Maria, Aeterna munera e Tu es Petrus; e o espanhol Tomás Luis de Victoria, autor de Vide speciosam, Beata Maria Virgine e Simile est regnum.

       A adoção do acompanhamento instrumental transformou a missa, e suas mudanças acabaram por provocar a condenação das autoridades eclesiásticas. De início, os compositores acrescentaram ao acompanhamento a participação de grandes corais, o que pode ser observado na Missa solene de Salzburgo, de Orazio Benevoli. Com a utilização, em seguida, de elementos do canto operístico, surgiu a missa chamada concertante, com solistas e orquestra sinfônica, como as de Haydn e Mozart e, mais tarde, a missa em dó maior de Beethoven.

       A Igreja Católica reagiu asperamente contra a missa concertante, o que por muito tempo levou a crítica a pronunciar-se contra as composições do gênero produzidas na fase do classicismo vienense, obras-primas menos religiosas do que dramáticas e humanas, como a missa em dó maior, In tempore belli, de Haydn, e as grandes missas K.317, "da Coroação", K.337, "Solene" ou K.427 (inacabada), de Mozart.

       No romantismo, outras missas pouco religiosas ou menos litúrgicas encantaram o mundo, como as de Beethoven e Schubert. Se não a religiosidade, uma intensa emoção mística reapareceu nas três grandes missas de Bruckner e, mais tarde, já no século XX, o gênero sofreu nova revolução nas mãos de compositores modernos como o tcheco Leos Janácek, autor da Missa glagolítica (isto é, eslava), e Igor Stravinski, que a compôs para duplo quinteto de sopro e coro.

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