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Lied

 
       Composição musical para uma voz, com acompanhamento de piano ou de orquestra sinfônica. Originária da Alemanha, atingiu o apogeu no final do século XIX.

       Nascido e amadurecido na Alemanha, o Lied atingiu nesse país, no final do século XIX, um apogeu em que se inscrevem obras-primas das mais concisas e delicadas da história da música.

       Lied é a composição musical alemã para uma voz com acompanhamento de piano ou, a partir de Mahler, de orquestra sinfônica. Ilustra um curto texto poético, principalmente poesia lírica, e tornou-se gênero de composição muito diferente dos numerosos tipos de canção, em virtude da maior complexidade harmônica e do acompanhamento. A qualidade do texto, nos Lieder (plural de Lied, em alemão), deve-se, em grande parte, à ascensão da poesia lírica alemã a partir da segunda metade do século XVIII.

       Entre os alemães, inicialmente, chamava-se Lied qualquer melodia popular cantada, como as de dezenas de outros povos, mas depois o termo se restringiu ao gênero específico, a princípio ligado à poesia anacreôntica, típica do século XVIII. Um Lied de caráter mais emotivo nasceu com Haydn e Mozart: é do segundo especialmente Das Veilchen (1785; A violeta), que já anuncia as melhores obras do gênero.

       Foi Schubert o criador do Lied romântico. Em seu acervo de mais de 600 Lieder, encontram-se dezenas de obras-primas sobre textos de Goethe e Heine, desde Erlkönig (1815), Der Wanderer (1816; O caminhante) e Der Tod und das Mädchen (1817; A morte e a donzela) até os ciclos geniais de Die schöne Müllerin (1823; A bela moleira), Die Winterreise (1827; A viagem de inverno) e Schwanengesang (1828; Canto de cisne).

       Romântico como Schubert, porém de formação literária e de mais íntimo ajustamento entre texto e melodia, Schumann deu extraordinária contribuição ao desenvolvimento do Lied, sobretudo na coleção Myrthen (1840; Mirtos) ou nos que compôs sobre poemas de Heine e Eichendorff. O auge foi alcançado por Brahms em peças como Von ewiger Liebe (1868; Do amor eterno), até a profundidade metafísica dos Vier ernste Gesänge (1896; Quatro canções sérias).

       O neo-romantismo wagneriano teve em Hugo Wolf o cultor mais literário do gênero. A história do Lied mudou com Mahler, que trocou o piano pela orquestra e atingiu extrema intensidade dramática. Richard Strauss também foi brilhante autor de Lieder e, fora da Alemanha, só Liszt o cultivou no sentido dos alemães. Grieg adaptou-o ao folclore escandinavo e Mussorgski, sobretudo com Pessni i tantsi smiertni (1875-1877; Canções e danças da morte), foi tão original como de densidade caracteristicamente russa.

       Na França, a canção equivalente ao Lied, a mélodie, teve evolução independente, em torno da moderna poesia francesa de Baudelaire, Verlaine e Mallarmé, em obras de Henri Duparc, Debussy, Ravel e Fauré. De um modo geral, os compositores de outros países, ao se ocuparem da canção, estiveram mais perto dessa forma francesa do que do Lied alemão. É o caso do brasileiro Villa-Lobos, que sobressai com 14 serestas (1925) e a bachiana brasileira nº 5, para voz de soprano acompanhada por oito violoncelos. Embora no século XX os novos estilos musicais se mostrassem pouco propícios à combinação de música e poesia lírica, Lieder de caráter inusitado e feição moderna foram compostos por autores como Schönberg, Alban Berg, Anton Webern e Pierre Boulez.

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