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Jogral

 
       Denominação genérica dos artistas que, usando roupas extravagantes e tocando instrumentos musicais, dedicavam-se a entreter nobres, monarcas e povo no ambiente cultural da Idade Média.

       Figura emblemática do ambiente cultural da Idade Média, o jogral divertiu, com seus textos e suas músicas, inumeráveis povoados e cortes.

       O termo jogral designava, na Idade Média, as pessoas que se dedicavam a entreter tanto o povo como os nobres e monarcas. Vestido de forma extravagante e quase sempre portador de instrumentos musicais (harpa, saltério, alaúde, gaita), acompanhado de algum animal, o jogral viajava de cidade em cidade, de corte em corte, e em cada lugar mostrava aos habitantes seus saberes e destrezas. Relatava fatos históricos célebres ou notícias recentes, narrava contos épicos protagonizados por heróis míticos, cantava, apresentava números de prestidigitação e acrobacia. Em troca, recebia algum dinheiro, mas sobretudo víveres e hospedagem.

       Muitas vezes comparou-se o jogral ao trovador, o que não é certo, já que o segundo pertencia às classes altas e recitava composições originais, enquanto o jogral, procedente de uma camada social mais baixa, recebia pagamento por seu trabalho e não recitava versos próprios, mas alheios. Assim, converteu-se no principal transmissor de numerosos textos poéticos e relatos, que constituiriam o chamado mester de juglaría, expressão espanhola antiga equivalente a mister ou ofício de jogral, em oposição a mester de clerecía, arte literária própria dos clérigos medievais cultos. Os jograis desenvolveram método próprio, caracterizado pelas improvisações e o estilo livre e narrativo.

       As mais destacadas manifestações dessa literatura foram os cantares épicos, cultivados principalmente na Espanha e na França, como o Cantar de mío Cid (Cantar do meu Cid) ou a Chanson de Roland (Canção de Rolando). Essas gestas heróicas tinham certa base histórica e elementos legendários, e posteriormente foram convertidas em prosa em diversas crônicas históricas. Os relatos religiosos versavam sobre vidas de santos exemplares, como a Vida de santa Maria Egipcíaca, ou temas bíblicos, que serviam para reavivar os sentimentos religiosos da população.

       Os jograis não gozavam de bom conceito na sociedade da época e eram constantemente tachados de imorais e dissolutos, tanto pelas autoridades religiosas quanto como pelo poder constituído. Assim procedeu, por exemplo, o rei castelhano Afonso X o Sábio em seu texto Las siete partidas.

       Ante a impossibilidade de dominar todas as artes, os jograis se especializaram. Quando, no século XV, seu ofício começou a decair, acabaram por associar-se a outros indivíduos de profissões semelhantes, como os bufões, os menestréis, os mímicos e os goliardos, que tenderam a agrupar-se, em caráter estável, nas diferentes cortes ou palácios nobiliários.

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