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Goliardos

 
       Nome dado aos grupos de estudantes e clérigos dos séculos XII e XIII que vagavam pelas universidades para aproveitar a troca de experiências ou fugir à disciplina eclesiástica.

       A imagem tradicional de religiosidade ascética da Idade Média teve sua contrapartida na visão de mundo e na vida desregrada cantadas na poesia dos goliardos.

       Goliardos eram grupos de estudantes e clérigos que, nos séculos XII e XIII, vagavam pelas universidades da Europa para assistir a aulas de diferentes mestres ou simplesmente para evitar a disciplina eclesiástica. Conviviam nas tavernas e estalagens das estradas com vagabundos, mendigos, jogadores e criminosos. Durante o século XIII, grupos de goliardos promoveram distúrbios em várias cidades, o que obrigou a igreja a tomar medidas disciplinares. Muitos se apresentavam como seguidores de um legendário bispo Golias e diziam-se membros de uma ordem religiosa devotada ao hedonismo. Vários deles se tornaram depois cidadãos pacíficos e escolásticos de renome.

       A poesia dos goliardos é quase toda anônima, e pouco ou nada se sabe sobre os autores. Grande parte dela são sátiras à igreja e seus dignitários ou paródias de hinos e liturgias. Ao contrário do texto erudito medieval, a poesia goliárdica se inspirou na canção popular. Há poemas em louvor ao vinho, à alegria das tavernas, ao amor físico, à juventude e à natureza.

       Manuscritos goliárdicos foram encontrados em mosteiros e bibliotecas da Inglaterra, França e Alemanha. Os poemas foram escritos para serem cantados, mas a maior parte das partituras se perdeu. Os de melhor qualidade literária são alemães, como as canções do goliardo que viveu em Colônia por volta de 1160, com o pseudônimo de Arquipoeta, e a coleção Carmina burana, de poemas e canções anônimos da Baviera do século XIII, que misturam o latim ao alemão medieval. Apesar da oposição da igreja, a poesia goliárdica sobreviveu ao século XIII e teve como mais ilustre herdeiro, no século XV, o poeta francês François Villon. Em 1937, o compositor alemão Carl Orff baseou-se nesses poemas para escrever o oratório cênico Carmina burana.

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