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Fuga

 
       Composição musical escrita para várias vozes ou instrumentos, com base na repetição sistemática de um tema principal por meio de duas ou mais linhas melódicas simultâneas.

       Como que evocando os complexos elementos decorativos do barroco, a fuga, forma musical típica daquela época artística, molda, deforma e entrecruza melodias simples até transformá-las em imponentes estruturas sonoras.

       Fuga é uma composição musical escrita para várias vozes ou partes instrumentais, que se baseia na repetição sistemática de uma frase ou tema principal por meio de duas ou mais linhas melódicas simultâneas. O tema parece "fugir" de uma voz para outra, daí o nome.

       A técnica da fuga tem origem nas peças polifônicas medievais e se baseia nas leis do contraponto desenvolvidas na música ocidental a partir do século XIII. O modo contrapontístico consiste em dar coesão harmônica a diferentes vozes, enquanto se desloca o núcleo melódico da obra de uma para outra parte do conjunto coral, numa espécie de diálogo musical.

       Modelo mais simples de contraponto é o cânone, no qual as vozes se imitam reciprocamente com precisão, em entradas sucessivas. A fuga, que também utiliza a técnica imitativa, progressivamente incorporou toda uma série de regras e recursos próprios que a levaram a um brilhante apogeu no século XVIII, do qual dão testemunho as célebres composições de Johann Sebastian Bach.

       Elementos da fuga. Embora sejam muitos os padrões e variedades dos elementos empregados na fuga ao longo da história da música, podem-se assinalar alguns traços comuns a todos eles. Normalmente, a fuga se abre com a exposição do tema principal, sem nenhum acompanhamento, e prossegue com a repetição pelas demais vozes. Os principais elementos componentes da fuga são o sujeito, tema ou antecedente; a resposta ou conseqüente; e o contra-sujeito. Sujeito e contra-sujeito experimentam progressivos enriquecimentos polifônicos, inversões e mutações, para finalmente desembocar numa coda, que recombina o argumento musical do início da obra.

       As fugas se distinguem essencialmente em simples e múltiplas, segundo a quantidade de temas principais que apresentem. As primeiras são monotemáticas e carecem de um contra-sujeito sustentado. As duplas, triplas, quádruplas e assim por diante mantêm, em termos gerais, uma estrutura fixa em três partes: exposição, desenvolvimento e estreito (stretto) ou movimento final, integradas por uma série de cânones contrapontísticos inspirados no tema principal.

       As fughette, ou pequenas fugas, são composições que mantêm a estrutura da fuga, mas não alcançam a dimensão das obras orquestrais sinfônicas. Também se aplicam técnicas de fuga em outros tipos de composição, como árias, aberturas e prelúdios de óperas, concertos etc.

       Composição de fugas. As primeiras partituras com um estilo de fuga bem delineado apareceram no século XVII, mas foi Bach quem, cem anos mais tarde, extraiu o máximo do gênero. As obras contidas nas coletâneas Das Wohltemperierte Klavier (1722-1743; O cravo bem temperado) e Die Kunst der Fuge (1749; A arte da fuga) são exemplos da melhor inspiração de Bach, que empregou essa técnica em cantatas, paixões e oratórios. O apogeu da sinfonia na época do classicismo e dos concertos e suítes orquestrais durante o romantismo musical relegaram a segundo plano as fugas, que foram praticadas apenas ocasionalmente por Mozart, Beethoven, Schumann e César Franck.

       A busca de novas vias de expressão, no século XX, provocou um renascimento de certas técnicas de contraponto, como se constata nas composições de Béla Bartók, Arnold Schoenberg e outros. O enfoque global das obras, contudo, difere da abordagem própria da fuga, que modernamente é mais utilizada como exercício didático nas escolas de música, graças a sua capacidade de habituar o compositor inexperiente a uma rigorosa disciplina de pensamento.

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