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Música Coral

 
       Designação genérica da música composta para coros ou grupos de cantores. As peças podem ser executadas a capela ou com acompanhamento instrumental.

       Interpretada por cerca de cinqüenta ou sessenta vozes nas abadias e capelas reais da Idade Média, a música coral viveu momentos de grandiosidade nos festivais Haendel realizados em Londres em meados do século XIX, quando grupos de até três mil cantores se apresentavam no palácio de Cristal.

       Música coral é o conjunto de composições para execução vocal compostas para serem cantadas por um número variável de vozes, sem acompanhamento instrumental (a capela) ou acompanhadas por instrumentos. O coro, conjunto de intérpretes da música coral, tem como objetivo principal atingir uma perfeita homogeneidade e equilíbrio quanto ao volume e timbre das vozes. Os coros podem ser mistos (formados por cantores de sexos e idades diferentes) ou constituídos apenas de vozes femininas, masculinas ou infantis. Não são indispensáveis, para o integrante do coro, dotes vocais excepcionais, mas sim afinação, senso rítmico, musicalidade e noções de solfejo. Normalmente, o coro se compõe de quatro vozes mistas: soprano, contralto, tenor e baixo.

       O repertório coral se compõe de peças cantadas em uníssono, à oitava, ou de composições polifônicas, com partes diferentes. Há obras para coros múltiplos, compostas para mais de um conjunto. No Brasil, o coro orfeônico é aquele que canta a capela.

       História. A função socializadora do canto coletivo, seja religioso ou profano, tem sido constante ao longo dos tempos. Desde a pré-história os homens cantavam em conjunto e encontravam nessa prática uma forma insuperável de integração em suas atividades sociais.

       A música da antiguidade se caracterizava pela presença de grandes massas corais que entoavam hinos religiosos, canções guerreiras e canções de trabalho. O canto gregoriano da Igreja Católica adotou coros em uníssono, ou à oitava, até o século X. As primeiras tentativas polifônicas ocorreram entre os séculos X e XIII, e nelas se distinguem os registros graves e agudos das vozes masculinas e infantis, para as diferentes partes do órgão ou do descanto.

       O grande repertório polifônico floresceu e atingiu o apogeu nos séculos XV e XVI. Os cantores deviam ser dotados de qualidades vocais excepcionais, dada a complexidade das peças que executavam. As grandes catedrais disputavam os cantores famosos e popularizaram as vozes dos castrati, que interpretavam as partes de tessitura elevada.

       Do início do cristianismo até o final do Renascimento, coube à música coral o papel de maior relevância na música sacra. O repertório profano teve seu auge na canção francesa e no madrigal italiano para quatro vozes mistas.

       Com o nascimento da harmonia tonal e a criação da ópera, produziu-se uma renovação na música coral. O coro passou a ser empregado na missa, na ópera e no oratório, gêneros que predominaram no sul da Europa, enquanto que nos países que aderiram ao protestantismo se desenvolveram a paixão e a cantata religiosa.

       No século XVIII, as academias e conservatórios acabaram com o monopólio religioso da música vocal de conjunto. Nos cem anos seguintes as associações corais regulares, às vezes de dimensões gigantescas, continuaram a se multiplicar. No século XX, o ressurgimento do repertório folclórico da tradição ocidental, harmonizado para várias vozes, e o aproveitamento de motivos africanos, asiáticos e ameríndios revalorizaram a música coral.

       Coral luterano. Mais especificamente, o termo coral aplica-se ao canto litúrgico alemão criado por Martinho Lutero no século XVI. O coral luterano assegurava a participação dos fiéis no culto por meio do canto comunitário. Um novo estilo, com a realização do baixo cifrado pelo órgão, acrescentou um discreto acompanhamento instrumental às vozes. Todas as capelas contratavam músicos de importância e mantinham corpos corais estáveis.

       Alguns dos colaboradores e seguidores de Lutero, no século XVI, dedicaram-se à composição de peças corais com textos da Bíblia, inicialmente para execução em uníssono e depois com harmonizações para diferentes vozes. Dessa primeira fase da composição para coro são as obras de Johann Walther, Lukas Osiander e Ludwig Senfl. A música coral, no entanto, atingiu sua fase de esplendor com a obra de Bach, no século XVII. Daí em diante, outros grandes compositores consagraram seu talento criador à música coral. Os oratórios de Haendel e as peças de Berlioz, estas interpretadas por coros de até 500 vozes, são algumas das mais grandiosas composições no gênero.

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