Cantata

       Algumas formas musicais para instrumentos e vozes que receberam denominações especiais, como poema sinfônico ou sinfonia dramática, correspondem na verdade à estrutura musical da cantata.

       Cantata é uma composição para uma ou mais vozes com acompanhamento instrumental. Sua origem remonta aos madrigais italianos do Renascimento, sendo importante a influência de Monteverdi. O primeiro a empregar o termo foi o italiano Alessandro Grandi em sua obra Cantate e arie a voce sola (1620-1629; Cantatas e árias para uma voz).

       No período barroco, a cantata se definiu em seus aspectos mais significativos. Numerosos compositores, entre os quais se destacam Vivaldi e Alessandro Scarlatti, contribuíram para isso. No princípio, a cantata tinha algo a ver com o oratório, mas pouco a pouco o gênero foi se distinguindo pela execução exclusiva em igrejas ou em salões palacianos e não em teatros ou salas de concerto. Além disso, seu caráter lírico se opunha ao espírito dramático e narrativo do oratório.

       Até o século XVIII o estilo dos compositores italianos prevaleceu na Alemanha, onde também se cultivou bastante esse tipo de composição. Na França, deu-se uma renovação das cantades -- termo adotado por analogia com serenade e ballade --, em cuja composição se destacaram vultos como Couperin e Rameau. Na Itália, a cantata perdeu quase por completo seu caráter religioso e tornou-se uma peça de temática exclusivamente profana. Já na escola alemã de composição predominou a temática sacra, por influência da Reforma luterana. Sob esse aspecto, destaca-se Johann Sebastian Bach, que escreveu cinco séries de cantatas para cada domingo do ano e para cada festa litúrgica.

       Nos séculos XIX e XX, numerosos compositores cultivaram a cantata e eliminaram muitos ornamentos temáticos que antes limitavam sua estrutura. Com essa evolução, há cantatas modernas que comportam coros, solistas e grandes orquestras.

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