P.J. PROBY BIOGRAFIA

To read an english version of the Proby history, please visit the P.J. Proby homepage

"EXTRAVAGANTE ... EXCESSIVO ... O �NICO CARA DESTE MUNDO CAPAZ DE CANTAR IGUAL � ELVIS, INTERPRETAR COMO JOHNNY CASH, ENTRETER COMO SAMMY DAVIS JR., IMITAR � PERFEI��O O TENOR DE GENE PITNEY, O BAIXO BAR�TONO DE BILLY ECKSTINE E INCORPORAR O SOUL DE JAMES BROWN. ENFIM "TUDO QUE ALGU�M PODE FAZER, P.J. FAR� IGUAL OU MELHOR".

O EXAGERO ESTAR� SEMPRE RELACIONADO � P.J. PROBY, O ARTISTA E O HOMEM, MAS COLOCADO EM TERMOS MAIS REALISTAS POSS�VEIS, TUDO QUE P.J. FEZ, O REVELAR� AL�M DE UM EXC�NTRICO, UMA DAS MAIS PROLIXAS, INTERESSANTES E SEDUTORAS PERSONALIDADES DA M�SICA POP INTERNACIONAL.

J� � HORA DA GASS GANHAR UM LEVE CONTORNO DE GLITTER, DE BRILHO DE LAM�, VIA P.J. PROBY - THE REAL THING - O �NICO "ROCKER" A MERGULHAR DE CABE�A NA M�SICA POP MAIS TRADICIONAL E PERMANECER O QUE ELE SEMPRE FOI, UM PIRADO "ROCK�N�ROLLER", CONSERVANDO SUA SANTA LOUCURA ACIMA DE TODAS AS COISAS, PRINCIPALMENTE SOBRE AS COMODIDADES DA FAMA E DA FORTUNA.


TEXAS, O COME�O

P.J. Proby LiveJames Marcus Smith nasceu e passou toda sua inf�ncia em Dallas (nasceu em 1938), reduto social ostensivamente racista mas que n�o o impediu de se interessar por m�sica ouvindo negros cantando em missas. Inf�ncia despreocupada, o pai pr�spero banqueiro em Santa Barbara. Estudou em academia militar e em '55 conheceu Elvis Presley em pessoa (the King namorava sua meia-irm�), decicindo-se pela m�sica e seguindo para Los Angeles.

WHEN IN HOLLYWOOD...

Estudou canto com a famosa professora Lilian Goodman, enquanto assumia trabalhos diversos - foi recepcionista no restaurante dos pais de Timi Yuro, foi motorista particular de Paul Newman e figurante em diversos filmes de cinema e TV. Firmou seu primeiro contrato como cantor com a independente Rainbow Records, usando o nome "Jett Powers". Gravou o primeiro compacto em '57 com as m�sicas que escreveu em parceria de Ray Gilbert (um bem sucedido compositor de m�sica para cinema).

O segundo compacto foi gravado logo em seguida, utilizando um grupo de est�dio, m�sicos que ficariam famosos mais tarde, Glen Campbell, David Gates, Leon Russel e Jerry Allison (j� na �poca respeitado por ser o baterista de Buddy Holly). Somente um ano depois, Jett Powers formou seu pr�prio grupo The Moondogs que tinha na sua forma��o Larry Taylor (futuro Canned Heat, Ventures, John Mayall's Bluesbreakers) Elliott Ingber (futuro Mothers of Invention) e Marshall Leeb (que logo formou os Teddy Bears, lend�rio trio, com Phil Spector e Annette Keinbard, e que nos anos 60 foi baixista dos Everly Bros.).

O grupo durou seis meses e teve dois hits locais "Moondog" e "Mooncat". Outra atividade de Jett Powers era gravar "demos" como cantor para artistas famosos, isso fez com que a Liberty Records, a mais importante de Los Angeles, se interessasse por ele e o contratasse para seu "cast" no final de '59. O contrato era para servir a Liberty como compositor e portanto nada o impedia de cantar e eventualmente gravar em outros selos. Em '60 juntou-se ao grupo The Hollywood Argyles, que teve um hit enorme com "Alley Oop" (Roberto Carlos gravou a vers�o "O Brucutu") e onde despontava o carism�tico exc�ntrico Poseur Kim Foley. Na Liberty escreveu o hit "Clown Shoes" para Johnny Burnette e ligou-se � Jackie DelShannon, Eddie Cochran e Sharon Shelley que lhe sugeriu o nome P.J. Proby, quando a Liberty modificou seu contrato interessada em lan��-lo tamb�m como cantor. Assim, adeus Jett Powers!

MAS O MUNDO AINDA N�O ESTAVA PREPARADO PARA P.J.PROBY

Embora a carreira solo de Proby come�asse a decolar, ele ainda trabalhava como "session singer" e gravava "demos" para artistas como Johnny Cash, B.B. King, Little Richard e Elvis Presley. Como compositor teve can��es gravadas por Ricky Nelson, Dalton Bros.(depois conhecidos como The Walker Bros, de grande sucesso na Inglaterra) e Jack Scott entre outros. Em '63 Jack Nietzche (que tinha feito o arranjo para o 3� single de Proby na Imperial e que voltaria a trabalhar com ele mais tarde) e Jackie DelShannon repartiam uma grande amizade e admira��o por Proby e juntos o apresentaram a Jack Good, produtor ingl�s de TV e empres�rio, na mesma �poca que Proby gravava um single usando o nome de Orville Woods, fingindo ser um cantor de Rhythm & Blues e Gospel. Chegava ao requinte de telefonar para DJ�s de programas de r�dio de m�sica negra, imitando o sotaque dos negros do Tenessee, dando entrevistas, sem que jamais desconfiassem que Orville Woods na verdade era um jovem texano branco.

BRIAN EPSTEIN CHAMA !!!

O sucesso dos Beatles na Inglaterra j� era fenomenal; Brian Epstein quis produzir um musical para TV batizado "Around the Beatles" que iria ser transmitido para toda Europa pelo sat�lite Telstar (novidade na �poca, o sat�lite virou coqueluche, ganhou at� um tema que foi hit com os Tornados) e chamou Good para dirigi-lo. Good se achava em Los Angeles com uma adapta��o sua de Othello como musical, estrelado por Proby. Good e Proby voaram para Londres no final de '63 onde P.J. chegou, segundo suas palavras, "com a roupa do corpo, uma camisa que Paul Newman me deu e uma capa que tomei de Alan Ladd". Durante 15 dias Proby trabalhou nos preparativos do show e entre um ensaio e outro gravou duas m�sicas "Hold Me" e "Together", com produ��o de Jack Good. Depois que Around The Beatles foi ao ar, Proby voltou para Los Angeles para suas diversas atividades e quando menos esperava, j� desacreditando que suas grava��eS pudessem ter boa aceita��o na Inglaterra, Jack Good chamou-o de novo - o disco "Hold me" subia nas paradas e estava se transformando em um grande hit.

A VEZ DE PROBY

Desta vez, P.J. chegou na Inglaterra disposto a se tornar um grande �dolo, um novo Elvis, como pedia sua megalomania. Cuidadosamente construiu uma imagem toda baseada nos trajes rom�nticos dos galantes cors�rios do cinema, vividos por Errol Flynn. Em meados de '64 um cantor se apresentando vestido com camisas de seda de mangas largas, bot�es de madrep�rola, botas negras, cal�as de cetim ou veludo e com o cabelo bem comprido e preso atr�s com um la�o, formando um rabo de cavalo, parecia arrojado demais para a old England, mesmo que j� estivessem acostumados com o grande Johnny Kidd, que adorava se fantasiar de pirata com tapa-olho e tudo e se fazia acompanhar por um grupo chamado de The Pirates. O sucesso de Proby foi arrasador, toda a Inglaterra parecia sacudida por um furac�o na pele de um cantor que transmitia uma forte impress�o de romantismo, aliado a um perigoso magnetismo e sensualidade animal.

PROBY ON TOUR

A maratona de shows ao vivo, iniciou uma onda de histeria coletiva e enormes confus�es. Em uma ocasi�o uma s�rie de shows contratados foi cancelada quando se descobriu que Proby se fazia acompanhar de seu velho amigo de Los Angeles, sua quase alma g�mea, Kim Foley, que n�o possuia documenta��o legal para permanecer na Inglaterra. Em outra ocasi�o um acidente banal, as cal�as de Proby se rasgaram nos joelhos, enquanto ele cantava no palco, na abertura de un show de Cilla Black, provocou a rea��o da imprensa conservadora que o acusou de "obscenidade". Os protestos foram tantos que em fevereiro de '65 Proby era banido sinultanamente pelas organiza��es que controlavam a televis�o (BBC e ATV) e os clubes e teatros (ABC Theatres). Assim Proby que estava em todos os jornais e revistas e com discos tocando em todos os lugares e vendendo bem, n�o podia se apresentar em lugar nenhum. O boicote s� terminou meses depois quando a Liberty edi tou o compacto "This Means a Lot", assinada por Lennon & McCartney, mas que � inequivocadamente uma extravaganza em ritmo de music-hall ingl�s, t�o ao gosto de Paul McCartney - dentro desta linha � a melhor j� escrita por Paul e � estranho que nunca tenha sido regravada.

DE VOLTA AO LAR... OUTRA VEZ

A volta aos States foi marcada pela grava��o e edi��o de "Nicky Honey" (em dezembro de '66), um original escrito pelos irm�os Vegas (depois formaram o Redbone). Foi esse o maior sucesso de Proby nos EUA embora tenha atingido apenas o 23� lugar na billboard. Nos dois anos seguintes, concentrou-se na sua carreira americana - a Liberty prestigiava lan�ando �lbuns (foram tr�s LP�s entre '67 e '68) nos Estados Unidos, enquanto que na Inglaterra, apesar de sua aus�ncia, seu nome continuava em alta e seus compactos vendiam bem. Havia uma forte raz�o para que Proby se afastasse do mercado ingl�s, l� ele estava oficialmente falido e devia milhares de libras; retornou � Inglaterra em '69 para gravar o LP "Three Week Hero".

LED ZEPPELIN CON PROBY

Hoje um item raro de cole��o, "Three Week Hero" vendeu muito pouco e marcou pela primeira vez a reuni�o dos quatro componentes do Led Zeppelin gravando juntos. Com sua habitual arrog�ncia P.J. explica: "Eu ensinei steel guitar a Jimmy Page, ele nunca tinha visto uma antes. Levei cinco minutos". "Three Week Hero" jamais foi editado nos EUA - nenhum f� do Led Zeppelin, ou de Jimmy Page, ou do heavy-rock desenvolvido a partir de 1970, deve dispensar a audi��o deste disco, relevante pelo menos na sua import�ncia hist�rica. A fase de suucesso de Proby j� estava em queda livre.

A DIVINA DECAD�NCIA

Entre o final de '70 e come�o de '71, P.J. trabalhou na remontagem do musical adaptado de "Othello" que Jack Good rebatizou como "Catch My Soul" (uma vers�o em filme apareceria depois com Richie Havens e Tony Joe White). A Liberty cancelou seu contrato por ele ter gravado um single para a Columbia, desaparecendo de cena, foi ressurgir em '73 nos Estados Unidos em duas not�cias, uma social, ficou oficialmente noivo de Cl�udia, filha de Dean Martin e outra policial, foi preso por tr�s meses por portar armas pesadas e sem registro. Tentou retomar a carreira na Inglaterra assinando com uma gravadora pequena, a "Anber" onde editou o LP (que ele mesmo odeia) "I'm Yours" no final de '73. Em '74 ap�s uma sess�o de grava��o, Proby deixou o est�dio acompanhado por um grupo de amigos, para ser atacado na rua � tiros, por um bando de gangsters. No revide, no meio de pesado tiroteio, uma pessoa morreu e Proby foi preso outra vez, para sair dessa obscura hist�ria, ileso, por "falta de provas".

FOCUS CON PROBY

Desapareceu para ressurgir em '77 � frente do grupo holand�s de jazz-rock-progressivo FOCUS, no LP "Focus Con Proby", uma das mais estranhas associa��es j� acontecidas na hist�ria do rock. Proby deixou o Focus para estrelar a pe�a "Elvis", de Jack Good. Tr�s atores encarnavam Elvis Presley, um como adolescente, outro como Elvis no apogeu (feito durante algum tempo por Shakin� Stevens), e Proby na �poca de Elvis em Las Vegas, inchado e decadente. Proby era perfeito para o papel. Brilhou, ganhou todos os elogios, parecia que sua estrela voltava a brilhar, mas de repente deixou de seguir o script, brigou com o diretor e acabou despedido. Nos anos que se seguiram P.J. somente apareceu para ilustrar as p�ginas policiais dos jornais, e deixa transparecer que ele arruinou tantas vezes a pr�pria carreira, que jamais vai voltar a se reerguer. No final de '85 foi editado um Ep de 12" , edi��o limitad�ssima, selo independente Scratch Records, com quatro novas grava��es de P.J. Proby. A voz arrastada, quase irreconhec�vel; a contracapa esclarece que ele est� vivendo retirado nos arredores de Yorkshire, Inglaterra. Recebi uma carta da diretora da Scratch, Christine McKay, que me d� conta da prec�ria situa��o f�sica de Proby (excesso de �lcool, perda de mem�ria). Uma foto na contra-capa do disco o mostra terrivelmente envelhecido, uma triste imagem. Ser� o fim? Mas quem � capaz de garantir que James Marcus Smith n�o vai um dia reemergir, talvez assumindo outra identidade e sepultando P.J. Proby, a mais gloriosa de suas cria��es?

OS DISCOS

Proby tem uma extensa obra gravada, afinal s�o trinta anos de carreira. Na sua fase mais representativa de '64 a '70, mostra n�o apenas o super int�rprete, melodram�tico, pesado, derramando com grande compet�ncia firulas vocais e soltando a voz com vontade, mas principalmente um artista preocupado com a qualidade do material gravado. Raros s�o os cantores com repert�rio de t�o alto n�vel, regrava��es oportunas de standards e de cl�ssicos esquecidos e o sempre bom material cedido especialmente para ele por compositores do calibre de Cynthia Weill, Graham Gouldham, Carole King. Os arranjos assinados por luminares como Jack Nietzche, Calvin Carter, Ron Richards, John Paul Jones. Esta � a discografia de P.J. Proby em LP�s:


INGLATERRA
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I AM P.J. PROBY		- LIBERTY/LBY 1235 - Janeiro/65	
P.J. PROBY 		- LIBERTY/LBY 1264/LBS83219 - Junho/65
IN TOWN	 		- LIBERTY/LBY 1291 - Mar�o/66
ENIGMA 			- LIBERTY/LBY 136l/LBL83032 - Junho/67
PHENOMENON		- LIBERTY/LBS 83045 - Setembro/67
BELIEVE IT OR NOT 	- LIBERTY/LBS 83087 - Junho/68
THREE WEEK HERO		- LIBERTY/LBS 83219 - Outubro/69
CALIFORNIA LICENSE	- LIBERTY/LDS 83320 - Abril/70
CATCH MY SOUL		- POLYDOR 2383035 - Janeiro/71
I'M YOURS		- EMBER	5069 - Novembro/73
ELVIS			- ASTORIA 1 - ? /78

* Os LP�s "Catch my Soul" e "Elvis" s�o trilhas sonoras com apenas algumas m�sicas cantadas por P.J. Proby; "California License" � uma compila��o de grava��es feites ainda como "Jett Powers"; n�o fui capaz de encontrar informa��es seguras de que o LP "Focus Con Proby" tenham sido editado na Inglaterra(?), prov�vel que sim, pois nos Estados unidos saiu em selo Harvest, onde o Focus era muito menos popular e o P.J. j� estava esquecido. Tamb�m n�o est�o inclu�das as compila��es que foram duas, uma em Mar�o/77 e outra em meados de '86, e os relan�amentos.

ESTADOS UNIDOS
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SOMEWHERE*			3406/LST 7406 - Mar�o/65
P.J.PROBY*			342l/LST 7421 - Agosto/65
ENIGMA*				3497/LST 7497 -Fevereiro/67
PHENOMENOM*			3515/LST 7515 -Agosto/67
WHAT�S WRONG WITH MY WORLD**    11721 -Agosto/68
FOCUS CON PROBY			? /77

* LIBERTY/LRP
** HARVEST/ST

No Brasil, somente foram editados o LP "Focus Con Proby" em '77 e um compacto duplo em '66 ou '67 (estou citando de mem�ria), com capa, com quatro m�sicas do primeiro LP americano, "Somewhere", Que Sera, Sera", "Together" e "Zing! Went The Strings of My Heart", em selo Liberty que na �poca era representado no Brasil pela RCA.

Para ler uma discografia mais completa, visite a P.J. Proby homepage

TEXTO POR REN� FERRI
EXTRA�DO DA REVISTA "GASS" N� 9 - 1986/Brasil


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