Programa
Enlaces prepara educadores para desafios da tecnologia
Na busca pela formação continuada dos professores
em tecnologia, o Programa Enlaces Brasil procura criar
comunidades de aprendizagem interativa mediante o uso das
telecomunicações na escola. Além do ambiente virtual, há
workshops presenciais, conforme explica a coordenadora
pedagógica do Enlaces Valéria Lima. São mais de 50 escolas
públicas de São Paulo e Interior as beneficiadas pelo programa,
totalizando 118 professores e centenas de alunos.
A idéia é contribuir para
a construção e desenvolvimento de redes eletrônicas
educacionais. O Enlaces oferece apoio à formação, capacitação e
aperfeiçoamento de educadores, facilitando a criação de um
ambiente global de aprendizagem colaborativa via Internet.
A resistência inicial por
parte dos professores é logo superada pelo enriquecimento do
material a ser trabalhado nas salas de aula. Outra dificuldade,
de acordo com Valéria, é a utilização da linguagem escrita. “Há
uma certa dificuldade de comunicação virtual. Por isso mesmo,
estamos oferecendo cursos de redação, para ver se melhora a
escrita dos professores”.
O professor deve assumir o
papel de multiplicador da proposta do programa, envolvendo os
demais educadores e alunos de sua escola e de outras da região
em projetos e ações pedagógicas telecolaborativas.
Para os alunos, a nova
proposta de comunidades virtuais de aprendizado é melhor aceita
logo de início. “Ainda que o professor não esteja tão preparado
em termos de conteúdo, o aluno se encanta mesmo assim, por causa
daquele fascínio natural do jovem pela tecnologia”, argumenta.
Assunto Palpitante
O interesse já é despertado só pelo fato de o aluno saber
que está se comunicando com um outro aluno que nunca viu antes.
Por isso mesmo, o professor deve estar mais preparado já que vai
lidar não só com seus próprios alunos, mas também com alunos de
outras classes. “Às vezes, um aluno de fora traz um assunto
palpitante para dentro da sua sala. E aí é preciso saber se
virar bem para conduzir a classe. Muito mais do que o produto, o
processo desperta maior interesse dos alunos”.
Ações especiais são
desenvolvidas para que o professor desenvolva seu próprio senso
crítico. Com o acesso à Internet e o conseqüente bombardeio de
informações, é preciso orientar a classe com relação às questões
éticas. “Programamos trabalhos especiais com os professores para
análise de textos, de imagens, desenvolvendo o senso crítico do
profissional, para que ele faça o mesmo com seus alunos,
complementando o processo”, conclui. |