Na actualidade muitas nações têm investido em inúmeros sistemas de defesa aérea, quer a nível táctico, quer já num contexto estratégico. A nível táctico deve-se destacar o projecto russo 2SM6 Tunguska. 

Por diversas vezes a indústria russa mostrou em vários sistemas de armas a sua capacidade técnica e o projecto do Tunguska não foi excepção, inovando com o uso conjunto de dois sistemas anti-aéreos: canhões e mísseis, aumentando assim a probabilidade de destruir o alvo. 

A indústria europeia também trabalhou em alguns projectos, destacando-se os franceses e alemães com o Cortale, Roland e Gepard. Ao contrário dos russos estes veículos não combinavam  os dois sistemas, tendo somente mísseis ou canhões. 

Uma outra característica dos actuais sistemas tácticos de defesa aérea é a incorporação de um radar, que permite uma maior independência dos veículos face às unidades e permite um tempo de resposta muito menor. 

Os canhões têm um alcance bastante reduzido, contudo compensam esta lacuna com a sua alta cadência de tiro e potência, por sua vez os mísseis oferecem um grande alcance mas não têm capacidade para cobrir certas distâncias e mostram-se por vezes algo limitados. Era por isso necessário arranjar uma maneira de um só veículo poder não só abater helicópteros a baixas altitudes como caças a altas velocidades. A solução para este problema partiu dos engenheiros russos, com o Tunguska que combinava quer canhões, quer mísseis, obtendo-se assim um rendimento muito superior aos sistemas até aí existentes.

O veículo foi projectado tendo em conta a doutrina de mobilidade que caracterizava as unidades soviéticas, ou seja, deveria escoltar unidades motorizadas e de fuzileiros, garantido defesa aérea a baixa altitude. Para isso os técnicos russos desenvolveram uma estrutura baseada no chassis GM-352M, tendo veículo uma velocidade máxima de 65 km/h. 

Para além da mobilidade, o Tunguska oferece inúmeras vantagens: possui uma zona de tiro continua, graças aos sistemas de armas que cobrem as limitações um do outro; é capaz de operar em qualquer clima e em condições metrológicas adversas, possui uma alta cadência de tiro e tem capacidade para disparar (os canhões) com o veículo em movimento; e os seus sensores garantem alguma protecção contra interferências electrónicas.

O veículo possui 2 metralhadoras automáticas 2A38M de 30mm, com uma cadência de 5.000 tiros por minuto, com um alcance de 3 km contra alvos aéreos. Possui ainda 8 lançadores de mísseis SA-19 Grison com radar semi-automático, o míssil tem um alcance de 10 km para alvos aéreos, com uma velocidade de aproximadamente 600 metros por segundo. O míssil tem um alto rendimento graças às suas reduzidas dimensões e peso, sendo que a sua ogiva tem uma alta eficácia na destruição de alvos aéreos. Mais impressionante é a vida activa de cada míssil, que é capaz de se manter operacional por 10 anos sem qualquer tipo de manutenção. O seu peso de apenas 55 kg permite o recarregamento dos lançadores manualmente, embora normalmente tal tarefa seja feita com o auxílio de um veículo de transporte-carregamento.

O radar do Tunguska é igualmente um factor importante, assim o veículo tem um radar de aquisição (com um  alcance de 18 km), um sistema de identificação, e um radar de seguimento que transmite as indicações ao  míssil. A direcção de tiro é constituída por um sistema de direcção de mísseis e de estabilização de tiro, à  sua semelhança os equipamentos de selecção das coordenadas dos mísseis permitem um seguimento semi-automático até a uma distância de 16  km e o lançamento de mísseis até aos 10 km. Os sistemas são totalmente automáticos, incluindo a selecção da arma (mísseis ou canhão) e o modo operacional do sistema de direcção de tiro (radar ou sistema óptico, consoante as condições climatéricas e o tipo de interferências).

Todos estes sistemas dão ao Tunguska um tempo de reacção incrivelmente baixo, de entre 6 a 8 segundos.

O Tunguska é considerado o melhor veículo dentro da sua classe, e conta com a possibilidade de melhorar as suas capacidades de armamento e sensores. No final da década de 80 foram introduzidas melhorias no desenho do veículo e no fabrico, de modo a melhorar as suas prestações e prolongar a sua vida útil, com a entrada operacional do sistema Tunguska-M. Este novo sistema deu entrou serviço na década de 90, incluía melhorias na direcção de tiro e nos sistemas de estabilização o que aumentou a precisão das armas, e introdução de outros sistemas electrónicos. O Tunguska-M1 é assim um veículo muito mais eficaz que a primeira geração, além disso permite introduzir alterações nos seus equipamentos consoante os requisitos e necessidades de cada usuário, com a instalação de diferentes sistemas e instrumentos. Actualmente a versão M-1 é operada pelos exércitos russo e indiano.

 

Nome

2S6M Tunguska

Fabricante Ulyanovsk Mechanical Plant

Armamento

2 metralhadoras 2A38M de 30mm

2 lançadores quadrúplos de mísseis SA-19

Autonomia

500 km

Velocidade Máx.

65 km/h

Peso Máx.

34 ton.

Tripulação

6

Comprimento

7,93m

Altura

3,35m

Largura

3,23m

Operadores

Rússia e Índia

 

Texto:

Pedro Monteiro

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