A maioria dos livros de Thomas Merton foram publicados aqui no Brasil entre as décadas de 50 e 70. Hoje algumas dessas obras são reeditadas, e ganham cada vez mais espaços nas livrarias. Esses livros do passado que não foram novamente publicados podem ser, com muito esforço, em sebos, ou em bibliotecas de mosteiros, de congregações religiosas, ou ainda na prateleira daquele padre de mais idade que presenciou o fenômeno Merton no seu apogeu. Se serve de consolo (por enquanto!) disponho para vocês as imagens da capa de algumas edições do passado, com sua breve sinopse. Aqui nesse ponto gostaria de fazer meu agradecimento ao Pe. Raimundo José, guardião de um dos maiores acervos de livros desse Brasil, e grande patrimônio da Arquidiocese de Teresina, a serviço do povo de Deus.
Entre aqui e veja os livros de Thomas Merton publicados no Brasil!
A autobiografia, intitulada "A Montanha dos Sete Patamares" (The Seven Storey Mountain), é composta de três partes e um epílogo.Nesse livro, há o relato da vida de Merton desde a infância até o momento em que fez seus votos solenes, como monge trapista da Abadia de Nossa Senhora de Getsêmani, aos trinta anos de idade.
"(...)Estas são as águas que o mundo não conhece, porque prefere a água da amargura e da contradição. Estas são as águas de paz, de que Cristo disse: `Aquele que beber da água que Eu lhe darei, nunca mais há de ter sede. Mas a água que lhe darei tornar-se-á nele uma fonte d`água jorrando para a vida eterna`. Estas são as Águas de Siloé, que fluem em silêncio." Neste livro, Thomas Merton nos traça um quadro completo e compreensivo do dia-a-dia de um monge trapista.(...) Descreve a regra da Grade Trapa, no século XVII, sob a direção de Rancé (...) é uma fascinante descrição de um modo de vida de tão relevante importância na Era Atômica, como a que tinha na Idade Média."
"O signo de Jonas", para Merton, é a verdade que, impressa no coração dos homens, nos leva a procurar a ressurreição e a vida. O que amamos é o efêmero e falso simbolizado pela baleia bíblica, porém, Jonas o profeta, nossa alma, braceja abandonada no fundo. Sem dúvida, enquanto a baleia morreu, Jonas é imortal. Tal a grande lição humana que se desprende deste livro magistral.
"(...) A diferença entre consciência e convencionalismo é, pois, o tema central deste livro. Intimamente relacionado com a tradição cristã quanto com o dilema interior do homem moderno, 'Reflexões de um Espectador Culpado' é um livro que toca a todos os espectadores culpados ainda vivos neste mundo afora."
"Este livro que se veio juntar a dezenas de outros resultou das notas escritas e das palestras feitas durante as sua primeira e última viagem ao Oriente. São relatos das suas impressões da Ásia: das pessoas com que se encontrou (entre as quais Dalai Lama), das cidades e paisagens que viu, da arte, da música, da filosofia e dos costumes que pôde observar de perto".
"(...) reúne Merton ensaios publicados desde 1953, entre os quais o que motivou a dramática correspondência que manteve com Boris Pasternak e com que abre este volume."
"...Todo homem é parte de um continente, cada um é membro do Cristo e responsável pela vida de todo o organismo. É, pois, no plano do amor, tal qual ele aparece em Cristo, na Revelação, que se situa a perspectiva deste livro, e esconde-se a fonte de seu encanto. Ganha ele, assim, as proporções de uma grande intuição cristã da vida, baseada, sem dúvida, na tradição dos Padres e da Igreja, mas expressa na rica experiência interior do próprio Autor, que possui para a sua mensagem um estilo decantado e um poderoso senso poético."
"Na
verdade, pertence a uma categoria de livros cujo efeito não pode ser verificado
por qualquer autor humano. Se puderdes resolver-vos a, de qualquer maneira, em
comunhão com Deus, em cuja Presença foi escrito, interresar-vos-á e dele
colhereis provavelmente algum fruto, mais pela Sua graça do que pelos esforços
do autor.( da nota do autor )
Eis,
abaixo, uma lista dos livros de Thomas Merton já lançados no Brasil, com sua respectiva data de publicação:
Datas
não conhecidas:
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"A oração é algo natural
do homem, como falar ou suspirar, ou olhar, ou como latejar do coração
enamorado. Na realidade é também uma queixa. Nossa oração não é mais do
que estabelecer contato com Deus. É uma comunicação com Deus e não necessita
ser com palavras e nem mesmo com a mente. A gente pode se comunicar com o olhar,
com o sorriso ou com os suspiros, ou contemplar o céu, ou beber a água. De
fato todos os nossos atos corporais são oração. Nosso corpo formula uma
profunda ação de graças em suas entranhas, quando sedento, recebe um copo
d’água. Quando, num dia de calor, mergulhamos num rio fresco, toda nossa pele
canta o hino de ação de graças ao Criador, ainda que esta seja uma oração
irracional, que se faz sem nosso consentimento e às vezes mesmo apesar de nós.
O trabalho é uma oração existencial. Deus nos envolve por todas as partes
como a atmosfera.
A razão pela qual a gente não costuma experimentar a presença de Deus é
porque estamos acostumados a que toda experiência nos venha de fora, e essa
experiência é de dentro. Estamos voltados para o exterior, pendentes da sensação
de fora e então nos passam inadvertidos os toques e as vozes de dentro."
(Thomas Merton)