Histórias 2° Sargento Sílvio Delmar Hollenbach: os heróis nunca morrem

Fonte: Exército Brasileiro



2° Sargento de Intendência do Exército Brasileiro Sílvio Delmar Hollenbach
2° Sargento de Intendência do Exército Brasileiro Sílvio Delmar Hollenbach

Certa vez ouvi dizer que "o Brasil anda carente de heróis". É um equívoco, pois nosso país é repleto de heróis, que no entanto são pouco conhecidos ou nunca são reconhecidos. E quando reconhecidos, sua história não é contada e acaba por se perder.

Gaúcho nascido em Cerro Largo em 31 de dezembro de 1943, Sílvio Delmar Hollenbach sentou praça em 15 de maio de 1962. No ano seguinte, foi promovido a Cabo. Chegou à graduação de 3° Sargento em 29 de novembro de 1965 e de 2° Sargento em abril de 1970. Esse militar, do Serviço de Intendência do Exército, tornou-se herói quase ao fim da década de 70, quando servia no Hospital das Forças Armadas. Não morreu em combate, mas deu sua vida heroicamente para salvar a de uma criança prestes a ser morta por ariranhas no Zoológico do Distrito Federal.

No dia 27 de agosto de 1977, o 2° Sargento Hollenbach, encontrando-se no Zoológico de Brasília, acompanhado da família, viu um aglomerado de pessoas diante do viveiro das ariranhas. Escutou os gritos confusos da multidão, aproximou-se do local e constatou que uma criança tinha caído no fosso dos animais. O menino Adilson Florêncio da Costa, na época com 13 anos, corria risco de vida. O 2° Sargento Hollenbach, sem hesitar, saltou para salvá-lo. Teve sucesso em seu intento, porém não conseguiu evitar ser mordido mortalmente pelas ariranhas. Muito ferido, foi socorrido com vida. No hospital, alguns dias depois, com o corpo corroído por uma infecção generalizada, não resistiu e morreu como herói por ato de bravura em tempo de paz.

O 2° Sargento Hollenbach era casado com dona Eni e pai de Paulo Henrique, Delmar Júnior, Bárbara e Débora. Aproveitava o dia de lazer com a esposa e os filhos. Estes foram testemunhas de como ele, diante da confusão estabelecida depois da queda do menino no fosso das ariranhas, foi corajoso, sem temer os animais. A morte terminou levando-o antes do tempo, mas aquele gesto de extremo altruísmo ainda o faz vivo entre nós. Os brasilienses, representados pela Câmara Legislativa, homenagearam-no e batizaram o Zoológico da cidade com o nome de "Sílvio Hollenbach". Na entrada, pode-se ver um busto de bronze do 2° Sargento que é sempre lembrado como "aquele que salvou o menino das ariranhas".

O primeiro reconhecimento do Exército Brasileiro veio em 2 de setembro de 1977, quando o então Ministro do Exército concedeu, Post Mortem, a Medalha do Pacificador com Palma ao 2° Sargento Hollenbach, como homenagem especial por haver se distinguido no cumprimento do dever, praticando atos pessoais de abnegação e bravura, em conseqüência dos quais veio a falecer. Em outubro de 1977, o presidente da República, por meio da Lei nº 6.455, promoveu ao posto de 2° Tenente, pelo princípio de bravura, o então 2° Sargento Sílvio Delmar Hollenbach, a contar da data de seu falecimento.

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