Biografia de José Naegele
Natural
de Santa Rita - Cantagalo - RJ, mudou-se na década de 20 para Miracema, atraído
pela fama do desenvolvimento progressivo do segundo distrito de Santo Antônio
de Pádua e por causa da tradicional e afamada banda da Sociedade Musical XV de
Novembro.
Como
músico, ganhou de imediato a simpatia do maestro Polybio, tornando-se um dos
principais integrantes da corporação musical. Fundou diversos conjuntos
musicais que abrilhantavam os bailes locais.
Seu
primeiro emprego foi na Casa Damasceno & Irmão, de Francisco e Virgílio
Damasceno, na qual assumiu a seção de vidraçaria. Foi funcionário da
Sub-Prefeitura, criada em 1927 pelo Prefeito Ventura Lopes e dirigida pelo Cap.
Virgílio Damasceno.
Como
jornalista, contribuiu com diversos jornais locais. Divulgava notas sobre a
separação de Miracema (causa que abraçou levando até o fim) nos jornais da
capital e de Campos. Atuou nas Rádios “Sociedade Fluminense de Niterói” e
“Rádio Clube do Brasil”. Fundou, em 1933 o Miracema Jornal, como órgão de
propaganda do comércio, indústria e lavoura do município.
Cidadão
extremamente atuante, deixou suas marcas em diversos setores da nossa sociedade:
·
Foi
o primeiro jornalista miracemense a receber o Título da Associação Brasileira
de Imprensa (1933);
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Desportista,
foi um dos fundadores do Clube de Esportes de Miracema;
·
Na
Prefeitura de Miracema, exerceu os cargos de Contador, Tesoureiro, Diretor de
Expediente e Ensino e de Prefeito Municipal nomeado durante o período de Getúlio
Vargas.
Sua
maior contribuição, entretanto, foi ter abraçado a causa da separação de
Miracema, tornando-se orador constante e brilhante.
Diante
do acontecido e a fim de garantir a realização da convenção, Melchíades
Cardoso, Bruno de Martino, Dirceu Cardoso e José Naegele, fizeram circular um
boletim no qual afirmavam que o movimento era pacífico e pelo qual assumiam a
responsabilidade de tudo que pudesse ser interpretado como sendo subversão da
ordem pública.
Inspirada
pelo título de um filme da época, a população passou a cognominá-los de
“Os Quatro Diabos” e a reverenciá-los pelas ruas.
Já
residindo fora de Miracema, continuou lutando para que o município continuasse
trilhando nos rumos do desenvolvimento econômico, educativo e sócio-cultural.
Como
integrante do Conselho Estadual de Cultura, sugeriu e participou da criação do
Conselho Municipal de Cultura de Miracema, criado em 1971, sendo este o primeiro
conselho criado no Município.
Nunca se
esqueceu de Miracema. Dizia para os amigos que felicidade era viver em Miracema,
terra que o acolheu e que ele tão bem soube retribuir.