São Paulo, segunda-feira, 22 de junho de 2009
Futebol
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O gigante caído
JUVENAL JUVÊNCIO exagerou. Mudou até
estatuto para aumentar seu tempo no poder, como se fosse insubstituível, e
comprou briga com quem não devia, certo de que venceria sempre.
Além do mais, fez da Copa de 2014 uma obsessão sem sentido e granjeou antipatias.
De raposa, virou ingênuo, sem entender o que se passa à sua volta.
Até trair o Flamengo traiu no episódio da taça das bolinhas, que, por sinal,
continua longe da sala de troféus do Morumbi.
Brigou, também, com o Corinthians e o que menos interessa, no caso, é saber se
tinha ou não razão, porque é o freguês quem sempre tem razão. Pois o Corinthians
sempre foi o maior cliente do Morumbi.
JJ imaginou que fazer a pazes com a CBF garantiria o seu estádio em 2014.
Calculou mal a capacidade que tem o presidente da entidade para se vingar na
surdina. E não pode desconhecer, ainda, que o governador de São Paulo não o
engole.
O resultado está aí: futebol abandonado, o tetra da Libertadores ficou mais uma
vez adiado e, se duvidar, o Morumbi verá a Copa por um binóculo, tantos são os
interessados em minar o projeto tricolor, o Corinthians, com a CBF, inclusive.
E o Palmeiras, é claro, não é aliado, ao contrário. Além de estar às voltas com
seus problemas, que envolvem até contratações à revelia do presidente, casos de
Mozart e Obina. E desde a Segunda Guerra Mundial São Paulo e Palmeiras não se
bicam.
Para não falar do sonho, embora aparentemente cada vez mais distante, da
construção da sua arena, para rivalizar com o Morumbi.
Pois o São Paulo, em sua suprema arrogância, convencido de sua superioridade,
que é inegável, mas só por ter um olho em terra de cego, fez questão de ignorar
a tudo e a todos, certo de que passaria feito um trator por cima de quaisquer
dificuldades, a ponto de fazer um projeto inicial simplesmente risível de
reforma de seu estádio. O resultado está aí.
Chamar eleições seria uma boa solução, muito melhor do que demitir Muricy
Ramalho. Mas sabe quando? Nunca!
Uma tristeza
A falta de bandeiras nos estádios paulistas entristeceu os jogos por aqui.
Se Vinicius de Moraes visse, diria que São Paulo é também o túmulo do futebol. E
não é, nem do samba, como se sabe.
Mas que só o gogó é pouco para enfeitar as arquibancadas parece fora de dúvida.
Se já não bastasse a exigência legal estapafúrdia da execução do Hino Nacional
antes de cada jogo, rigorosamente sem que a torcida dê a menor pelota, num
desrespeito que fere de morte o espírito da lei, salta aos olhos o
empobrecimento do espetáculo pela falta dos estandartes e suas cores.
Decisões
Entre Grêmio e Cruzeiro, o Cruzeiro é melhor, mas o Grêmio recebe o último jogo
na Libertadores.
Entre Inter e Corinthians, o Inter é melhor e recebe o último jogo. Mas a
vantagem corintiana não é nada desprezível nesta Copa do Brasil, que o tem pela
segunda vez seguida na decisão. Algo que por si só merece elogio, por mais que
haja quem ache melhor perder antes do que na decisão.
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Texto originalmente publicado, domingo, dia 21 de junho, na Folha de S.Paulo
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Juca Kfouri escreve nesta coluna, originalmente publicada na
Folha
de S. Paulo, às segundas-feiras, às quintas e aos domingos.
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RECADOS DO MPR
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